Um verdadeiro fenômeno entre os adolescentes, a escritora Paula Pimenta volta à Feira do Livro de Joinville após oito anos. Neste sábado (7), ela atende os leitores às 10h com uma sessão de autógrafos. O maior evento literário de Santa Catarina se aproxima do seu encerramento, neste domingo (8), com a presença de Paula e outros fenômenos da literatura.

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Paula Pimenta é uma escritora de romances para adolescentes com mais de 20 títulos publicados, considerada um fenômeno editorial. A última passagem da autora na Feira do Livro Joinville foi em 2017. “Fazendo meu filme” e “Minha vida fora de série” são suas séries de livros de maior sucesso, que marcaram a adolescência de milhões de jovens. Suas obras também receberam versões em inglês e espanhol.

Veja fotos da autora e seus livros

Natural de Belo Horizonte, em Minas Gerais, a escritora tem uma legião de fãs espalhada pelo Brasil todo e também pelo mundo. Com os seus romances, Paula Pimenta se consolidou na literatura brasileira. Seu último lançamento, “Apaixonada por você”, marca a volta da autora às crônicas, com a terceira publicação dela nesse estilo.

Em uma entrevista exclusiva ao NSC Total, antes da participação dela na Feira, na noite de sexta-feira (6), Paula Pimenta revelou uma nova série, sua trajetória e a expectativa de encontrar seus fãs joinvilenses após tanto tempo.

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Confira abaixo a entrevista exclusiva com Paula Pimenta

Paula, qual é a expectativa para hoje à noite, voltando para a Feira do Livro de Joinville depois de 8 anos?  

Eu estou muito animada. Exatamente porque tem tanto tempo e toda vez que eu venho aqui eu sou muito bem recebida. Os leitores sempre escrevendo “volta para Joinville”. Então estou super animada, acho que vai ser muito legal reencontrar meus leitores mais antigos e conhecer os novos.

Entre os seus principais sucessos está a série de livros “Fazendo meu Filme”. Ainda em 2005 você começou a escrever o primeiro livro e muito da série é inspirado em sua própria vida, como o intercâmbio da protagonista. Qual é a sensação de saber que suas histórias fizeram tanto sucesso entre os jovens e foram um marco na adolescência de milhares deles?

Nossa, isso é muito gratificante, porque quando eu comecei a escrever nessa época aí, eu imaginava que só as minhas amigas iam ler, lembrando da adolescência, que iam gostar, nem imaginava publicar. Então, quando eu publiquei e comecei a receber recados dos adolescentes de hoje, falando que tinham adorado, se identificado, eu descobri que a adolescência é a mesma em qualquer geração. Muda a moda, trilha sonora, mas sentimentos e descobertas são os mesmos. E saber que eu estou trazendo tanta gente para a literatura realmente é o melhor que um escritor pode esperar.

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Ainda sobre “Fazendo meu filme”, você já teve a experiência antes de ver algums obras suas adaptadas para o audiovisual, como Cinderela Pop, estrelando Maísa Silva. Mas como foi ver o queridinho de tantos leitores, o “Fazendo meu filme”, finalmente ganhar o cinema após tantos anos? Como foi o processo?

Cada vez que um dos meus livros vira filme é uma emoção. Porque você vê aquilo que você escreveu na sua frente assim, com pessoas vivas, reais (risos). É meio mágico, sabe? E “Fazendo o meu filme” foi além disso tudo. Eu fui corroteirista, participei muito intensamente do processo, escolha do elenco, eu acompanhei todos os dias as filmagens, então assim, tem muito de mim ali naquele filme também. Eu falo que de todos livros que já viraram filme, quatro até agora, ele com certeza foi o mais fiel. Acho que em grande parte por causa desse meu envolvimento e parece realmente que “espremeu o livro” ali na tela, sabe? Os leitores amaram o resultado.

No final de 2023 você lançou o quinto livro de “Minha vida fora de série”, após um intervalo de vários anos. Como foi voltar para a rotina de lançamento e ver que os seus leitores continuam tão engajados como sempre?

É muito bom, saber que eu não fui esquecida durante esse tempo (risos), porque foi um período que teve a pandemia no meio. Realmente tudo ficou parado e a minha filha tinha nascido também, então foi realmente um período bem lento assim que eu não consegui me envolver com as minhas histórias. Mas agora que tudo retornou eu estou muito feliz porque os leitores que estão comigo desde o início, várias continuam acompanhando. Chega leitora de até mais de 30 anos nos lançamentos, mas tem as novinhas de 10 anos começando. Eu vejo que é isso que eu falei, a adolescência é completamente atemporal. Um livro que eu escrevi lá em 2005, lembrando da minha adolescência nos anos 90, atingindo os adolescentes de hoje. É realmente muito muito gostoso saber que a minha adolescência está causando identificação em tanta gente.

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Agora, falando sobre o seu último lançamento, “Apaixonada por você”, um livro de crônicas publicado neste ano. Qual é a diferença entre sair da ficção dos romances para uma obra mais biográfica?  Até porque as crônicas são inspiradas em suas vivências próprias.

É bem diferente porque na ficção eu uso muita imaginação. Até posso me inspirar em algumas algumas passagens da minha vida, mas a maior parte ali é inventada mesmo. Nas crônicas não, é bem biográfico mesmo, através da minha própria vivência, coisas que eu vivi. Eu conto aquele caso ali que eu vivi, ou que alguém bem próximo tenha vivido, ou que eu tenha escutado falar. É a minha própria percepção daquilo ali. Não é um personagem inventado, sou eu ali. Então é diferente. Quando as pessoas falam: “Ah, eu me identifiquei naquela crônica”. Nesse livro, especialmente, eu falo muito de maternidade. Porque foi bem essa fase, depois do nascimento da Mabel. Muitas mães me escreveram falando: “Nossa, é isso mesmo, igualzinho o que eu vivi”. Então, eu adoro isso, quando falam que gostaram, que se identificaram. É bem gratificante

Falando sobre o processo criativo das ficções, você baseou bastante coisa na sua própria história, como você já citou, mas onde mais você busca inspiração? Você já fez algumas viagens para o exterior, inclusive, para pesquisa.

Viagem sempre me dá muita inspiração mesmo. Por exemplo, em “Fazendo meu filme 4” eu não conhecia e eu acho que quando você vai escrever sobre algo que você não conhece, você tem que pesquisar muito. Se você puder ir no local, vá. Porque isso te traz uma certeza para escrever melhor, não é uma coisa muito solta. Eu fui em cada um daqueles lugares que a Fani e o Leo passaram naquele livro, então assim, parecia que eu estava lá. Assim, acabamos escrevendo com mais propriedade. Isso com certeza me traz muita inspiração. E uma coisa que eu faço também, como os meus personagens vivem nos dias de hoje, eu estou sempre muito ligada nas redes sociais dos meus leitores, vendo o que que eles estão ouvindo, usando, falando, porque eu gosto de colocar isso nas minhas histórias para também não ficar tão datado lá de trás. Eu insiro muita coisa dos dias de hoje. Tem muita gente que fala: “Ah, a Fani existe mesmo. Onde que ela estuda?” É bem legal, porque realmente parece que é uma adolescente de hoje.

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Por fim, podemos ter um “spoiler” do que vem por aí? Os fãs podem esperar o próximo livro de MVFS ou talvez algum outro projeto? 

Eu ainda não sei se vai ser o “Minha Vida Fora de Série 6”, eu estou envolvida com ele já, mas ainda não comecei realmente a escrever, mas estou estruturando a história. Essa parte, na verdade, é bem trabalhosa. A parte de escrever é mais trabalhosa, mas a parte assim de realmente estruturar é trabalhosa, porque é a que eu crio a história mesmo e escrevo tudo o que vai acontecer. Então, eu estou nessa fase, mas também estou começando um outro romance, porque eu não quero deixar ninguém órfão quando “Minha vida fora de série” acabar e provavelmente o seis vai ser o último. Até eu terminar de escrever eu não posso falar, porque vai que eu tenho várias ideias nesse processo aí, né? Mas tudo indica que será o último, mas eu quero já ter outra série começada para não ficar com tanta saudade assim dos personagens. Ela vai ser no mesmo universo ficcional, inclusive. Então não quero deixar ninguém com saudade daqueles personagens, né? E também ainda não quero me despedir deles.

Mais atrações da Feira do Livro

Neste domingo (8), a 21ª edição do maior evento literário do Estado chega ao fim. Paula Pimenta é a principal atração neste sábado (7), às 10h, em uma sessão de autógrafos. No mesmo dia, às 17h, é a vez da escritora Aline Bei, autora de “A pequena coreografia do adeus”, encontrar seus leitores no Palco Principal.

No domingo, o Concurso de Cosplay promete lotar o pavilhão da Feira como aconteceu em anos anteriores. Além destas atrações, o evento conta ainda com palestras, rodas de conversa, apresentações musicais e teatrais, e muito mais. A programação completa está disponível no site.

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*Sob supervisão de Leandro Ferreira

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