Com início nesta segunda-feira (12) e a expectativa de imunizar 2,4 milhões de catarinenses, a campanha de vacinação contra a gripe ganhou uma importância ainda maior diante do cenário da pandemia do coronavírus. Embora a vacina contra a Covid-19 seja a prioridade de todos os órgãos de saúde, especialistas defendem que a imunização contra a gripe é imprescindível para os grupos prioritários.
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As duas vacinas não poderão ser tomadas ao mesmo tempo, com a necessidade de um intervalo de 14 dias entre a dose contra o coronavírus e a da gripe. Por isso, o reforço da campanha em 2021 é sobre a importância da imunização, com uma série de cuidados regrados pelo Ministério da Saúde e pelo governo de Santa Catarina para garantir a segurança nos ambientes de vacinação.
– A vacina contra a gripe tem por objetivo reduzir os sintomas da doença, evitando assim a evolução para casos graves e possíveis óbitos. E, em meio à pandemia do coronavírus, a vacinação tem papel importante para evitar ainda mais hospitalizações – ressalta João Augusto Brancher Fuck, diretor da Diretoria de Vigilância Epidemiológica de SC (Dive).
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A campanha da vacina contra a gripe vai até o dia 9 de julho, e vai começar nesta segunda pelas crianças, gestantes, indígenas e profissionais da saúde. Os idosos, que atualmente estão sendo vacinados contra a Covid-19, entram na segunda etapa prevista para iniciar em 11 de maio.
A infectologista Regina Valim lembra que especialmente as pessoas com comorbidades ou os idosos podem ter casos respiratórios graves com a gripe, que podem levar à necessidade de cuidado intensivo em um momento de hospitais lotados na pandemia.
– É super importante a vacinação para Influenza. A gente está numa pandemia e não teve ainda grandes impactos de melhora. E agora a gente vai entrar em período de sazonalidade, de circulação do Influenza. Você ter dois vírus respiratórios circulando ativamente no mesmo momento vai dar um impacto e sobrecarga no sistema de saúde imensurável – afirma a médica.
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Desafio para o sistema de saúde
Com todos os desafios e restrições impostos pela pandemia do coronavírus, o sistema de saúde do Brasil terá a tarefa de realizar ao mesmo tempo duas grandes campanhas de vacinação em nível nacional. Com um sistema consolidado com décadas de experiência, a tarefa não é vista pelos órgãos de saúde como algo tão complexo, mas vai demandar organização e, principalmente, fornecimento suficiente de doses das vacinas.
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Para a campanha da gripe, várias medidas deverão ser tomadas nos postos de saúde para garantir a segurança dos pacientes. O uso de máscara é obrigatório e todos os locais deverão ter álcool em gel, além de outras medidas de distanciamento recomendadas aos municípios. As áreas de vacinação para Covid-19 e gripe deverão ser separadas, e há uma orientação para que as prefeituras busquem locais alternativos para atendimento, como escolas, ginásios, praças e drive-thrus.
– O Brasil tem experiência, os profissionais tem experiência de campanha de vacinação e de proporções grandes. Então isso é possível, o problema é você ter a segurança de ter vacina suficiente. Da Influenza a gente tem com certeza quantitativo, e nas últimas semanas para o coronavírus a gente também está tendo uma chegada maior. A importância de você seguir com duas campanhas grandes ao mesmo tempo é a garantia de ter vacina – aponta Valim.