Grupos de manifestantes foram às ruas em várias cidades do Brasil neste domingo (7) para pedir o fim dos feminicídios. Os protestos foram convocados pelo movimento Levante Mulheres Vivas. Em Santa Catarina, municípios como Blumenau, Florianópolis e Chapecó tiveram atos.

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A cabeceira da Ponte Hercílio Luz, cartão-postal de SC, foi o local escolhido para a concentração das manifestantes na Capital durante a tarde. A cidade registrou no fim de novembro o chocante caso de Catarina Karsten, estudante da UFSC, assassinada e estuprada enquanto caminhava na praia.

Somente no mês passado, SC teve ao menos nove feminicídios registrados. Uma faixa carregada por manifestantes questiona: “Por que matam as mulheres?”. Cerca de 2 mil pessoas, segundo a organização, caminharam a pé até o Terminal de Integração do Centro (Ticen) com os cartazes.

De janeiro para cá, já são 47 casos no Estado, em praticamente todas as regiões do território catarinense.

Aos pés da Catedral São Paulo Apóstolo, no Centro de Blumenau, uma súplica estampada em letras brancas no cartaz preto dizia: “Mulheres Vivas. Feminicídio Não”. O protesto começou às 16h, com uma conversa, e depois seguiu com uma passeata pela Rua XV de Novembro.

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Em Chapecó, no Oeste de Santa Catarina, o Levante Mulheres Vivas também levou dezenas de pessoas às ruas. A concentração ocorreu na Praça Coronel Bertaso, de onde cerca de 150 moradores e moradoras saíram em marcha pela Avenida Getúlio Vargas pedindo respeito e justiça.

No fim do mês passado, um homem condenado Presidente Getúlio por ajudar o irmão a esconder os corpos da cunhada e dos dois sobrinhos, de dois e quatro anos, deixou a prisão após pouco mais de um ano de cadeia. Ele recebeu o benefício da prisão domiciliar. O assassino se matou.

Manifestação nacional

Os protestos são uma resposta à escalada brutal da violência de gênero no Brasil. A mobilização ocorre diante de um cenário que já configura emergência nacional: dados do Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP) mostram que, somente em 2025, o Brasil ultrapassou 1 mil vítimas de feminicídio — são quatro mulheres assassinadas por dia.

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A indignação coletiva se intensificou após a repercussão de crimes que chocaram o país. Um deles foi o assassinato de Catarina Karsten, estudante de pós-graduação em Florianópolis, morta por um homem de 21 anos enquanto caminhava na praia. Outro caso que gerou comoção foi o ataque cometido por um ex-servidor do Cefet Maracanã, no Rio de Janeiro, que tirou a vida da diretora Allane Pedrotti e da psicóloga Layse Costa Pinheiro, ambas servidoras da instituição.

Também revoltaram o país as imagens que circularam nas redes mostrando o atropelamento de Tainara Souza Santos, arrastada por cerca de um quilômetro na Marginal Tietê, em São Paulo. Tainara teve as duas pernas amputadas e permanece internada em estado grave. A família afirma que ela e o agressor tiveram um breve relacionamento; ele, preso, nega conhecer a vítima.

Em Brasília, a primeira-dama Rosângela Lula da Silva, Janja, e a ministra da Igualdade Racial do Brasil, Anielle Francisco, participaram do protesto. Em São Paulo, a Avenida Paulista ficou lotada de manifestantes. No Rio de Janeiro, o movimentou ganhou espaço na Avenida Atlântica, em Copacabana.

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