A queda do dólar frente ao real — fechou a R$ 4,77 nesta semana, no menor valor em mais de um ano — e a valorização da bolsa de valores brasileira contribuíram para um otimismo sobre a economia do país, e consequentemente, de Santa Catarina. Especialistas avaliam que medidas como o arcabouço fiscal e a previsão de queda de juros devem aumentar as vendas de setores catarinenses e incentivar o crescimento das empresas no segundo semestre de 2023.

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É consenso entre três economistas ouvidos pela reportagem que há redução das incertezas frente à nova gestão política e econômica do país, principalmente com a aprovação do arcabouço fiscal.

— Aquele ambiente muito ruim do início do ano, se transformou num ambiente bem melhor agora. Muitos analistas, de maneira muito envergonhada agora, porque estavam prevendo que seria o caos, estão começando a alocar recursos no Brasil, comprando ações de empresas brasileiras — explica o economista-chefe da Federação das Indústrias de Santa Catarina, Pablo Bittencourt.

A queda do dólar, ou seja, valorização da moeda brasileira, ajuda a conter a inflação. Ao ter inflação estável, há maior possibilidade de queda dos juros.

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— As empresas catarinenses importam bastante. Santa Catarina é um Estado bastante ligado ao resto do mundo. Inflação baixa ajuda no consumo, juros baixos e câmbio baixo ajudam na redução dos custos de importação, que são insumos de produção — explica Bittencourt.

Com a Selic a 13,75%, quanto rende R$ 1 mil na poupança, CDB e Tesouro?

Setores de destaque em SC

Dois setores da economia catarinense são citados como destaque neste ano: agropecuária e “máquinas, aparelhos e materiais elétricos”.

— Neste primeiro trimestre nota-se que o setor agropecuário impulsionou o crescimento econômico no país e no Estado, tanto que as exportações catarinenses também surpreendem positivamente alcançando recordes — destaca o economista Alison Fiuza.

Já para Pablo Bittencourt, é possível se inspirar nas estratégias que a empresa líder do setor de “máquinas, aparelhos e materiais elétricos” em Santa Catarina tem adotado.

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— Eu destacaria a capacidade da Weg de transitar em diferentes mercados, com bom nível de exportações, e uma ampliação da capacidade produtiva, entrando em novas tecnologias, como em energia, que eles estão entrando agora — comenta.

Qual a previsão para o próximo semestre?

Há um conjunto de setores prejudicados pela alta da taxa Selic, como o têxtil e o de eletrodomésticos. As compras de produtos como máquinas de lavar roupa e fogões costumam ser feitas a prazo, o que não está sendo vantajoso agora por conta dos juros elevados.

A perspectiva de redução da Selic a partir de agosto combinado a outros fatores deve impulsionar a economia catarinense, como explica o economista da Fiesc:

— O início da trajetória de queda de juros, que deve começar a partir de agosto, deve ser combinada a um programa do governo para melhoramento das condições de endividamento das famílias. Muita gente que não teria acesso ao crédito, deverá passar a ter acesso, o que deve estimular as vendas desses setores.

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