Preços em alta e rendimentos do trabalho em baixa já se tornaram realidade dos brasileiros no último ano. Com o aperto no poder de compra, a necessidade de uma vida financeira mais organizada fica evidente. De acordo com dados da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), o total de endividados no país chegou a 76,1% em janeiro — recuou 0,2 ponto percentual (pp) em relação a dezembro, mas ainda é um número elevadíssimo.

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No entanto, organizar a vida financeira não precisa ser um bicho de sete cabeças. Por isso, a NSC traz cinco passos principais apontados por especialistas em finanças para colocar as contas em dia.

1. Avalie receitas e despesas

Sim, colocar as coisas na ponta do lápis (ou da tabela do Excel, no aplicativo do celular) ajudam e muito. Para ter uma vida financeira saudável, não é preciso ganhar altos salários, apesar de isso ajudar. Mas, mesmo com um orçamento mais apertado, é possível se organizar. Aponte todas as receitas, vindas do trabalho formal ou não, mês a mês. Tendo esse valor, pergunte-se: o quanto posso gastar? A partir daí, anote seus gastos fixos (aluguel, telefone, parcela do carro, seguro, o que for recorrente) e os gastos variáveis, como despesas de consumo no mercado, luz, passeios, café e bar com os amigos.

Com esses valores em mãos, é mais fácil ver se estamos exagerando em alguma parcela da vida. Comprou R$ 300 em roupas no mês passado – elas foram mesmo usadas? Aqueles três bares em dia de semana são mesmo necessários, ou é melhor deixar para a sexta, evitar a ressaca em dia útil e guardar um pouco desse valor? São algumas das perguntas a serem feitas.

2. Renegocie e diminua suas dívidas

Ter dívida no Brasil custa muito caro. Com a taxa de juros Selic novamente em dois dígitos – e ela é referência para todas as taxas de juros da economia brasileira – ter empréstimos e financiamentos pesa mais no bolso. A primeira e principal dica é: nunca pague somente o mínimo do cartão de crédito, pois a conta não somente chega, como aumenta. Esses juros são considerados os mais altos em todo o país, então corra dessa modalidade. Se passar da conta, pague um valor mais próximo do total e procure o banco para a renegociação da dívida.

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Também não é de interesse da instituição financeira que haja aumento da inadimplência, por isso, nesse momento, feirões de renegociação de dívidas com credores são bem-vindos. Isso vale também se você deve no crediário, na cantina, no aluguel, ou onde for.

3. Estabeleça metas e planos para alcançá-las

Viu o tamanho da despesa? Achou que ficou no vermelho demais neste ano? E mesmo, se não ficou, acha que conseguiu guardar pouco dinheiro? Estabeleça metas. Neste mês, diante do meu salário total x e meus gastos y, devo guardar um montante definido. Faça isso mês a mês, se possível em uma tabela e aponte se você atingiu ou não essa meta mensal. Pode parecer difícil guardar R$10 mil por ano, mas se eles forem divididos mês a mês, de acordo com a sua realidade, só ter um objetivo mais tangível já é um motivador! Se no mês de janeiro, você conseguiu bater a meta muito acima, pode ajustar o valor. Se acha que ficou muito apertado, reveja qual será o objetivo financeiro – o importante é ter um e elaborar estratégias para que os sonhos se tornem realidade.

Não é preciso cortar todo o lazer e compras de itens que podem ser considerados “supérfluos”. Gosta de roupas novas? Estabeleça qual o limite por mês. Prefere tomar café com amigos fora de casa com frequência? Mesma coisa. Só você sabe quais são suas prioridades – adeque suas metas de acordo com as preferências suas e da família.

4. Faça uma reserva de emergência

Chegando a esse passo, quer dizer que os itens anteriores foram cumpridos com atenção. Para não enfrentar dificuldades financeiras quando tiver algum problema que não era esperado, tenha sempre uma reserva de emergência. O tamanho da reserva gira em torno de três a seis meses do seu salário. No entanto, se você não for empregado formal, esse valor tende a ser maior. Assim, se precisar arrumar o carro, comprar um remédio mais caro, realizar uma cirurgia ou situação parecida, você estará preparado.

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Reserva de emergência - Warren
Mais do que dinheiro guardado, reserva de emergência representa segurança na hora de investir. (Foto: Pixabay)

5. Invista em ativos mais rentáveis

Antes de apontar quais as possibilidades, é importante deixar claro que esses valores devem estar fora da sua reserva de emergência — para ela, a renda fixa com liquidez diária ainda é necessária. Com Selic em alta, ativos atrelados à taxa de juros e inflação ficaram mais atrativos novamente, mas não são os únicos que podem ser trabalhados, segundo o perfil de investidor de cada um.

O primeiro passo é verificar qual o seu perfil – do mais conservador ao mais arrojado. Assim, é possível alocar os ativos para aprimorar os rendimentos no longo prazo e consolidar um futuro com maior segurança financeira. Balancear a carteira com renda fixa, títulos do tesouro, renda variável (ações brasileiras e estrangeiras), fundos (podem ser multimercado, de renda fixa, de ações, fundos de índices) torna o risco menor para os investimentos. Não deixe todos os ovos em uma cesta só.

Organização e planejamento são essenciais

Como foi possível perceber, organizar a vida financeira não é complicado como muitos pensam. Apesar disso, é essencial ter tudo na ponta do lápis — ou na planilha — e planejar os próximos passos de acordo com a realidade de cada um. Seja para se livrar das dívidas, formar a reserva de emergência ou começar a investir em fundos e ações de maior rentabilidade, o planejamento é o primeiro passo. Principalmente em momentos de recessão econômica, como o período em que estamos vivenciando.

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— A gente sentiu na pele e no bolso o estrago que a pandemia fez em muitas famílias. Todos nós, de certa forma, precisamos nos apertar um pouco, controlar mais os gastos, porque vivemos um período de incertezas. Claro que ninguém planeja enfrentar uma pandemia, mas quem não tinha uma reserva de emergência, quem não tinha um planejamento financeiro, com certeza enfrentou muitos problemas — afirma Marcelo Miranda, especialista em finanças e sócio da plataforma de investimentos Warren.

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