O marasmo que acompanhou a Seleção Brasileira em boa parte das Eliminatórias para a Copa do Mundo de 2022 ficou para trás. As recentes exibições do Brasil trouxeram uma grata surpresa ao torcedor que parou para acompanhar a equipe comandada por Tite: Raphinha, atacante do Leeds United, natural de Porto Alegre e criado no Estádio da Ressacada. 

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Revelado pelo Avaí, o jogador não atuou no profissional do time de Florianópolis, mas deixou ótima impressão dentro do clube. O técnico Fábio da Cunha, treinador do jovem na base azurra, elogiou a ousadia, o talento e a disciplina de Raphinha nos tempos de Ressacada. 

– Desde quando o observamos em um amistoso contra o nosso time profissional, detectamos um atleta muito promissor, ousado, que enfrentava nossos jogadores de igual para igual. Mesmo quando errava, tentava na jogada seguinte, e isso também nos chamou muito a atenção. Com o passar dos anos, além de confirmar o que projetamos, mostrou ainda mais. Sempre foi extremamente dedicado – comenta Cunha.

Sem espaço na dupla Grêmio e Internacional, Raphinha despertou atenção de observadores do Avaí em 2014, em um amistoso no Sul de Santa Catarina. Então coordenador das categorias de base do clube, Diogo Fernandes conduziu a transferência do jovem da equipe do Imbituba para a Ressacada.

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Há alguns meses, Fernandes foi consultado por César Sampaio, auxiliar da comissão técnica da Seleção Brasileira, sobre a trajetória e o perfil do atacante, e passou referências positivas. 

– Observamos o Raphinha em um torneio regional, estava na terceira divisão aqui em Santa Catarina e trouxemos para cá. Sempre mostrou muito potencial – recorda Diogo.

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Raphinha parte para cima do lateral Viña, do Uruguai (Foto: Nelson Almeida, AFP)

No Avaí, o jovem ficou até 2015, quando foi negociado com o Vitória de Guimarães. Na pequena cidade do Norte de Portugal, foram três temporadas e 27 gols marcados em 101 jogos. O bom desempenho despertou interesse do Sporting, que pagou 6,5 milhões de euros (R$ 30 milhões na cotação da época) no fim da temporada 2018/2019.

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Depois, o atacante veloz e driblador foi contratado pelo Rennes, da França, por 20 milhões de euros (R$ 90 milhões), antes de chegar ao Leeds, em outubro do ano passado, por 17 milhões de libras, o equivalente a R$ 123 milhões. 

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Em março deste ano, em entrevista ao Globo Esporte, o atacante falou sobre o desejo de despertar a atenção do técnico Tite, conterrâneo do Rio Grande do Sul. 

– O foco é dar o meu melhor, melhorar a cada dia naquilo que eu posso evoluir. Consequentemente, os resultados aparecem. É difícil não se ver vestindo a camisa da Seleção Brasileira, mas meu objetivo é dar o melhor no Leeds. E se as coisas acontecerem, eu vou ficar muito feliz – disse o jogador à época. 

Em alto nível na Europa, não demorou para o sonho virar realidade. Raphinha foi convocado pela primeira vez na data Fifa de agosto, mas os clubes ingleses vetaram a ida de atletas da Premier League para as respectivas seleções, por conta da gravidade da pandemia na América do Sul.

Na convocação seguinte, já com a autorização inglesa, viajou ao Brasil para se apresentar à comissão técnica comandada por Tite.

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Raphinha celebra um dos gols contra o Uruguai em abraço com Neymar (Foto: Sandro Pereira, Folhapress)

Raphinha foi utilizado nos três jogos. Diante de Venezuela e Colômbia, ambos fora de casa, começou no banco de reservas e entrou no decorrer da partida. A ousadia apresentada nos dois jogos lhe rendeu a titularidade no terceiro compromisso da Seleção Brasileira, contra o Uruguai, em Manaus (AM). Inspirado, o jovem destacou-se ao lado de Neymar e Paquetá, dupla já consolidada no time verde-amarelo, e virou sensação entre os brasileiros. 

– Agradecer ao Bielsa (técnico de Raphinha no Leeds), o radar que tivemos nesse acompanhamento, confirmado na sequência, fica meu agradecimento público. A gente tem discernimento da grande atuação. Mas com calma, daqui a pouco a gente acha que é o pico da montanha. Vai oscilar. É normal. É jovem. Fez grande jogo, mas tem que ter bom senso e serenidade nas avaliações – ponderou Tite.

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Infografia com dados de Raphinha (Foto: Arte NSC)

Detalhes da saída de Raphinha do Brasil

Raphinha finalizou a formação no Avaí e foi negociado antes de estrear no profissional. Foi companheiro do zagueiro Gabriel Magalhães, também formado na Ressacada e atualmente no Arsenal.

As primeiras negociações para a saída do atacante foram com o Porto. A proposta, porém, não agradou. Depois, após o contato do time de Guimarães, o desfecho foi positivo. Após a primeira venda, o Avaí manteve percentual sobre os direitos econômicos, além de lucrar através do mecanismo de solidariedade da Fifa a cada nova negociação. 

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*Texto produzido por Heitor Machado

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