O ciclone que provocou nove mortes, destelhamentos de casas, quedas de árvores e cenas de destruição em pelo menos 101 cidades de Santa Catarina desperta discussões sobre por que o Estado registra a incidência desses chamados eventos extremos.

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Um dos fatores que favorece a ocorrência desses fenômenos climáticos em Santa Catarina é a própria localização do Estado. A meteorologista Marilene de Lima explica que o Sul do Brasil é considerado um berço de ciclones na América do Sul – no termo técnico, uma região ciclogenética, onde os ciclones se formam, e que inclui também Uruguai e Argentina.

Segundo ela, isso se deve a uma série de fatores meteorológicos, como o ar mais seco vindo dos Andes, o fluxo de ventos mais quentes da Amazônia e a umidade na atmosfera proporcionada pela região da Bacia da Prata.

– Aqui é a área onde se formam, se configuram e vão para o oceano. São raros? Não, estão no seu lugar – apontou.

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Esta semana, a situação foi mais grave por causa da combinação entre o ciclone com queda rápida na pressão atmosférica – por isso chamado de ciclone bomba, capaz de provocar mais danos – e uma linha de instabilidade causada por ele, com nuvens carregadas que cruzaram o Estado do Oeste ao Litoral. Foi essa combinação que resultou no temporal que provocou tantos estragos em SC.

Nessa quarta-feira (1º), conforme informou o meteorologista da NSC Leandro Puchalski, o ciclone começou a se afastar do Litoral de SC. Com isso, antes de voltar à normalidade, o alerta maior se volta ao mar, que ainda pode ter ondas de até três metros nesta quinta-feira.

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