A notícia é excelente! Aprovação do registro da vacina contra Chikungunya pela Anvisa representa um avanço significativo na luta contra as arboviroses no Brasil.

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Desenvolvida em colaboração entre o Instituto Butantan em parceria com a farmacêutica austríaca Valneva, ela vem para nos auxiliar no combate de mais uma arbovirose que vem crescendo exponencialmente aqui em Santa Catarina.

A transmissão da chikungunya ocorre quando o mosquito Aedes aegypty pica uma pessoa infectada e, após um período de incubação (2-10 dias), pica outra pessoa, transmitindo o vírus. Outra forma de transmissão é a vertical (mãe para o feto), que também é possível em casos raros.

Os sintomas podem durar de dias a semanas. Na fase aguda da doença os sintomas são:

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  • Febre alta e súbita;
  • Artralgia ou poliartrite intensa (dores nas articulações), que frequentemente afeta mãos, punhos, tornozelos e joelhos;
  • Dores musculares;
  • Eritema (manchas avermelhadas pelo corpo);
  • Dor de cabeça;
  • Fadiga ou exaustão.

Em cerca de 20-30% dos casos, as dores articulares podem persistir por meses ou até anos, levando à artralgia crônica, o que prejudica a qualidade de vida do paciente. Os casos mais graves, apesar de raros, podem ocorrer em idosos, imunossuprimidos, recém-nascidos ou pessoas com comorbidades. Manifestam-se como encefalite, hepatite ou insuficiência cardíaca, podendo levar ao óbito.

A doença tem mostrado seu impacto devastador no Brasil desde 2014. Em 2025, os casos continuam a ser registrados em todos os estados, e aqui em Santa Catarina vem aumentando exponencialmente, reforçando a necessidade urgente de soluções inovadoras e eficazes contra a doença.

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Para entendermos melhor aqui em nosso estado, só até o mês de abril de 2025 temos 483 casos confirmados e 4 óbitos, contra 40 casos e nenhum óbito ao longo de todo ano de 2024 aqui em Santa Catarina. Isso significa, um aumento de 1.107,5% em relação ao ano passado. Parece que a imunização chegou no momento certo, não é mesmo?

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A vacina já foi previamente aprovada pelo (FDA) Food and Drug Administration dos Estados Unidos, e a Agência Europeia de Medicamentos (European Medicines Agency – EMA), e agora aguardaremos ansiosos a incorporação da vacina no Sistema Único de Saúde (SUS) pelo Ministério da Saúde, através da análise pela Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS (CONITEC).

Esse processo visa garantir que a vacina se torne parte do calendário nacional de imunização.

O imunizante foi desenvolvido a partir de um vírus vivo atenuado, ou seja, uma versão enfraquecida do vírus chikungunya que não consegue causar a doença, mas é capaz de estimular o sistema imunológico a produzir uma resposta duradoura.

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Um dos diferenciais dessa vacina é a necessidade de apenas uma dose para conferir imunidade significativa, o que aumenta a sua praticidade em campanhas de vacinação.

Outro ponto é sobre a eficácia: os ensaios clínicos mostraram que a vacina tem uma eficácia elevada, oferecendo proteção de longo prazo contra o vírus Chikungunya, chegando a 99% dos vacinados, que geraram níveis sólidos de anticorpos após uma única dose, conforme o estudo clínico de fase 3, publicado na “The Lancet Infectious Diseases” em setembro de 2024.

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Agora, com a vacina contra a chikungunya, damos um passo audacioso contra as arboviroses no Brasil. A colaboração entre a Anvisa e o Instituto Butantan, integrando expertise nacional e internacional, fortalece a resposta do Brasil às doenças transmitidas por vetores, um passo decisivo para a saúde pública nacional.

É hora de abraçar a ciência e proteger nossa comunidade.

Por Sabrina Sabino, médica infectologista, formada em Medicina pela PUCRS, mestre em Ciências Médicas pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul e professora de Doenças Infecciosas na Universidade Regional de Blumenau.

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