Balanço
Ápice de casos de coronavírus, pela data dos sintomas iniciais, é no momento atual da pandemia e segue em alta. Nesta quarta-feira, Estado registra mais 46 mortes
O novo pico de casos confirmados em Santa Catarina, conforme a data de aparecimento dos sintomas de coronavírus, deixou de ser no inverno e passou para a fase atual da pandemia, que segue registrando aumento diário de casos e mortes. Com os novos dados confirmados nesta quarta-feira, 2, pela Secretaria de Estado da Saúde, o dia 16 de novembro marca, até agora, o ápice dos primeiros sinais de covid-19 para 5.431 pacientes, o maior registrado num único dia em toda a pandemia.
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Antes disso, o ápice era em 20 de julho (5.335). Os números mais recentes ainda tendem a crescer, conforme a confirmação de mais casos nas próximas duas semanas, o que indica mais um fator de agravamento da pandemia em Santa Catarina. Nesta quarta-feira, o governo do Estado anunciou toque de recolher em todas as cidades cidades e o mapa de risco para covid-19 agora tem 15 das 16 regiões no nível gravíssimo. A ocupação de leitos de UTI adulto do SUS chega a 90,5% e novo recorde de casos ativos em toda a pandemia foi registrado: 33.034.
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Foram confirmados pela Secretaria de Estado da Saúde 6.076 casos a mais do que na terça-feira, alcançando agora o acumulado de 378.621, o quinto maior do país. O Estado também registrou novas 46 mortes (veja adiante o detalhamento dos óbitos por cidade e dos casos ativos) e agora acumula 3.855 no total.
A data de aparecimento dos sintomas é, segundo especialistas em saúde pública, um dos indicadores que permitem se aproximar da data real de infecção da doença. Conforme a Organização Mundial da Saúde, uma pessoa com o vírus leva de 1 a 14 dias para ter sintomas, sendo o mais comum no quinto dia. O gráfico abaixo ilustra essa situação. As últimas colunas são as que ainda tendem a crescer nas próximas semanas, por isso ainda são baixas.
Para o professor do Departamento de Saúde Pública da Universidade Federal de Santa Catarina, Lúcio Botelho, o aumento da aglomeração de pessoas é o principal fator para a alta dos novos casos. Embora houvesse no começo da pandemia a preocupação com o inverno, devido à sazonalidade de outros vírus respiratórios e problemas cardiovasculares e o impacto disso no sistema de saúde, agora a situação é bem semelhante, a 18 dias do início do verão. A aglomeração em espaços fechados com ar-condicionado tende a ser mais um fator de contaminação, lembra Botelho.
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Apesar de 16 de novembro ser apenas um dia após o primeiro turno das eleições, Botelho afirma que é muito cedo para confirmar a relação, mas não descarta que o efeito das votações possa aparecer nos dados que forem liberados nos próximos dias.
Movimento de alta semelhante é apontado no gráfico de mortes (veja abaixo) em Santa Catarina. A semana passada registrou o maior índice de mortes desde a segunda quinzena de agosto, o mês mais crítico da pandemia. Foram 244 óbitos. Já nesta semana, apenas de domingo até esta quarta-feira, são 101. Ambos os gráficos estão relacionados indiretamente. No inverno, 10 dias após o Estado registra o pico de casos por data de sintomas verificou também o pico de mortes.
O Estado registrou nesta quarta mais 46 mortes (veja relação completa abaixo). Uma ocorreu em 8 de novembro, e as demais, entre 25 de novembro e 2 de dezembro.
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São 14 moradores do Vale do Itajaí, 11 da Grande Florianópolis, 9 do Sul, 6 do Norte e 6 do Oeste. Os pacientes tinham entre 38 e 89 anos.
27/11: Masculino, 82, Florianópolis
28/11: Masculino, 87, Florianópolis
30/11: Masculino, 66, Florianópolis
01/12: Feminino, 66, Florianópolis
29/11: Masculino, 53, Palhoça
30/11: Feminino, 63, Palhoça
29/11: Masculino, 65, Santo Amaro da Imperatriz
30/11: Feminino, 78, São José
30/11: Feminino, 87, São José
01/12: Masculino, 46, São José
25/11: Feminino, 87, São João Batista
30/11: Masculino, 51, Itaiópolis
01/12: Masculino, 59, Itapoá
01/12: Masculino, 72, Jaraguá do Sul
01/12: Masculino, 84, Joinville
30/11: Feminino, 69, São Francisco do Sul
01/12: Masculino, 71, Campo Alegre
02/12: Masculino, 77, Chapecó
30/11: Masculino, 84, Coronel Freitas
01/12: Masculino, 87, Cunha Porã
30/11: Masculino, 69, Quilombo
28/11: Masculino, 72, Curitibanos
01/12: Masculino, 71, Joaçaba
01/12: Feminino, 79, Araranguá
30/11: Feminino, 85, Meleiro
30/11: Masculino, 73, Criciúma
30/11: Masculino, 74, Criciúma
30/11: Masculino, 38, Braço do Norte
25/11: Feminino, 63, Gravatal
08/11: Masculino, 59, Imbituba
01/12: Feminino, 89, Tubarão
02/12: Masculino, 74, Tubarão
30/11: Feminino, 51, Apiúna
30/11: Feminino, 41, Blumenau
01/12: Feminino, 55, Blumenau
01/12: Feminino, 74, Blumenau
01/12: Feminino, 81, Blumenau
01/12: Feminino, 87, Blumenau
01/12: Masculino, 79, Blumenau
02/12: Masculino, 86, Blumenau
01/12: Masculino, 71, Indaial
28/11: Masculino, 81, Pomerode
30/11: Masculino, 57, Pomerode
30/11: Feminino, 69, Camboriú
30/11: Masculino, 78, Camboriú
01/12: Feminino, 59, Camboriú
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Por mais um dia, o total de casos ativos em SC atingiu o nível mais alto desde março. São 33.034 em tratamento contra a covid-19, 756 a mais do que no dia anterior. O Vale do Itajaí segue como a região mais crítica (8.834), seguido do Sul (7.925) e Grande Florianópolis (5.579). Todas, porém, apresentam tendência de alta.
As cidades com mais pacientes em tratamento contra a covid-19 são Florianópolis, Joinville e Criciúma.
Florianópolis 2818
Joinville 2381
Criciúma 1640
Brusque 1210
Blumenau 1207
Lages 1173
Palhoça 952
Tubarão 760
Jaraguá do Sul 732
Balneário Camboriú 665
Itajaí 646
Araranguá 607
Chapecó 573
São José 567
Camboriú 503
O professor do Departamento de Saúde Pública da UFSC, Lúcio Botelho, alerta para a necessidade de isolamento social, porque a taxa de contágio, com mais de 33 mil casos ativos, é muito alta, com uma média de cada 100 pacientes com o vírus podendo infectar outros 140.
Santa Catarina tem 711 pacientes diagnosticados ou suspeitos de coronavírus internados em terapia intensiva (UTI) nas redes pública e privada no Estado. A soma superou o dia anterior e é novamente a maior de toda a pandemia. Só na rede pública, são 609 internados.
O índice geral de ocupação das UTIs é de 85,7%, considerando leitos adultos, infantis e neonatais. No entanto, sobe para 90,5% quando considerados apenas os leitos adultos, onde estão hoje 99 em cada 100 pacientes suspeitos ou diagnosticados com covid-19 internados pelo SUS.
A situação mais crítica é do Sul do Estado, onde há 95% de ocupação dos leitos adultos. Meio-Oeste, Serra, Vale e Foz do Itajaí e Planalto Norte também apresentam mais de 90% de uso.
Vale do Itajaí: 89,1%
Meio-Oeste e Serra: 88,9%
Sul: 88,8%
Foz do Rio Itajaí: 86,4%
Oeste: 85,9%
Planalto Norte: 82%
Grande Florianópolis: 81,5%
Sul: 95%
Meio-Oeste e Serra: 91,9%
Vale do Itajaí: 91,3%
Foz do Rio Itajaí: 90,5%
Planalto Norte: 90%
Grande Florianópolis: 88%
Oeste: 85,7%
Santa Catarina tem 11 hospitais que atendem pelo SUS com 100% de ocupação dos leitos adultos, 10 deles com pacientes suspeitos ou confirmados para covid-19, segundo dados do governo do Estado. No Norte do Estado, estão nessa condição os hospitais Bethesda, São Brás e Maternidade Darcy Vargas.
No Sul, Hospital de Caridade, São Camilo e São Donato. No Vale do Itajaí, Hospital Azambuja, Bom Jesus e Regional Alto Vale. No Litoral Norte, Hospital Ruth Cardoso. No Meio-Oeste, Hospital Hélio Anjo Ortiz. Na Grande Florianópolis, Hospital Governador Celso Ramos.
Dados completos de mortes, casos ativos, UTIs e situação por cidade estão disponíveis no Painel do Coronavírus.
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