Renata foi anunciada como a grande vencedora do BBB 25 nesta terça-feira (22), mas a vitória foi recebida com apatia pela maior parte do público. Nas redes sociais, é evidente que a final deste ano repercutiu menos do que as de edições anteriores. Na enquete do NSC Total sobre se a campeã mereceu vencer, 62% votaram em “não mereceu”, contra 38% de “mereceu”.
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A rejeição a Renata fica clara nos números que a levaram à vitória. Ela recebeu 51,9% na média de votos, mas há uma discrepância entre a votação da torcida, que foi de 61,41%, e o voto único, que foi de 42,38%. Na modalidade que aceita apenas um voto por CPF, Guilherme foi o vencedor, com 51,4% dos votos.
A vitória, porém, já era esperada. Nos últimos paredões, a mobilizada torcida de Renata (o autodenominado Ballet) vinha eliminando participantes queridos do público que venciam no voto único, como Vitória Strada e Vinicius.
O resultado reflete bem o tom desta edição: uma temporada sem brilho, com participantes que não souberam (ou não quiseram) criar um enredo envolvente — e uma campeã que, apesar de consistente, não conseguiu cativar a maioria do público.
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Altos e baixos do BBB 25
Elenco pouco engajado
A edição deste ano teve um elenco com personalidades pouco marcantes. Alguns participantes, apesar de serem divertidos e carismáticos, não conseguiram criar um enredo para si — que é, afinal, o que dá liga ao BBB.
As pessoas gostam de assistir ao programa quando há uma Juliette dando a volta por cima após ser excluída, ou quando um Davi Brito é perseguido pelos camarotes, mas reage sem medo. É como se fosse uma novela, que precisa de mocinhos e vilões.
Nesta temporada, os participantes falharam em capturar e canalizar os acontecimentos em uma história. Afinal, não faltaram acontecimentos na casa.
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Vitória Strada, por exemplo, foi traída e excluída por Camilla e Thamiris, suas então aliadas, mas optou por não enfrentá-las diretamente. Já Aline esteve em um relacionamento conturbado (para dizer o mínimo) com Diogo Almeida, mas teve dificuldades de manter um posicionamento contra ele. Contrariando o que o público esperava, a baiana retomou o affair com o ator e investiu em uma briga com João Gabriel que não conquistou a atenção dos espectadores.
Foram oportunidades claras de criar protagonismo que as duas desperdiçaram. E, neste ano, não podemos negar que a produção se empenhou em criar acontecimentos. Tivemos casa de vidro, robô Seu Fifi, quarto secreto, dinâmica freeze, almoço transmitido para a casa e monstros que mais pareciam provas de resistência.
A ascensão de Renata
Renata, por outro lado, esteve envolvida em alguns desses acontecimentos e reagiu a eles com coerência. Quando teve fofocas com aliados expostas para toda a casa, não pediu desculpas e disse que “falou mesmo”. Depois, voltou da Vitrine do Seu Fifi e seguiu as dicas do público, fortalecendo o vínculo do G3 (trio que formava com Eva e Vilma) e criando estratégias para eliminar Aline, sua principal rival.
Esses fatos, porém, não tiveram força o suficiente para definir a temporada — não chegaram nem perto da exclusão de Vitória e o posterior “cancelamento” de Camilla e Thamiris, por exemplo. A bailarina tampouco tem uma personalidade carismática e expansiva que fez ela virar assunto nas redes sociais, como foi com Aline.
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Renata, é claro, tem suas qualidades. Fez jogadas inteligentes, não fugiu do comprometimento, foi coerente e mostrou que é uma pessoa leal, principalmente na amizade com Eva, um dos pontos altos da temporada em duplas. Também demonstrou firmeza ao pontuar erros de Maike, seu affair na casa, quando ele teve atitudes inadequadas com ela.
O fator torcida
Esses atributos fizeram com que Renata cativasse parte do público — o tal Ballet. Apesar de serem em menor número do que a torcida a favor do grupo rival, os fãs da bailarina mostraram que são organizados e mobilizados.
Nas últimas semanas, o Ballet vinha eliminando participantes fortes, como Vitória e Vinicius, graças à vantagem no voto da torcida, mesmo que eles tenham vencido no voto único. Nas redes sociais, começaram até a circular imagens do “QG da Renata”, um grupo de fãs que se reúnem em um escritório para passar o dia votando.
Isso já dava uma pista do resultado que viria na final. Apesar de ganhar no número de votos, Renata não venceu no número de pessoas favoráveis a ela. Sua vitória na última terça (22), portanto, não representa a vontade da maioria dos espectadores.
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Há boatos de que isso tem feito a Globo cogitar a reformulação da votação atual, composta pela média voto único e voto da torcida. É possível que isso aconteça — basta lembrar que o formato nasceu justamente após a vitória de Amanda Meirelles no BBB 23, em um caso parecido com o de Renata. Mas nada ainda é confirmado.
Resta esperar que, no ano que vem, esses problemas não se repitam. O BBB vem mostrando nas últimas edições que é mais do que um programa de entretenimento, e que é capaz de fazer a sociedade refletir sobre temas como bullying, exclusão e intolerância. Mas, para isso, é necessário um enredo cativante, com mocinhos e vilões.
Talvez, neste ano, o formato em duplas tenha dificultado a escalação de participantes mais carismáticos. Mas a comparação entre o BBB 25 e o BBB 23 nos mostra que a pena pode ser dura: quando a temporada não tem participantes dispostos a jogar e fazer acontecer, fica mais fácil para um fandom definir o resultado final. Às vezes, faz falta um Davi Brito.
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