A vacinação de crianças contra a Covid-19 no Brasil tem sido alvo de polêmicas desde que a Anvisa autorizou a imunização da faixa etária entre 5 e 11 anos, em meados de dezembro. Uma consulta pública foi aberta pelo Ministério da Saúde para decidir se o país incluirá ou não este público no programa de vacinação contra o coronavírus.
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A Saúde do governo federal anunciou nesta segunda-feira (27) que a campanha de imunização para este público deve começar ainda em janeiro. No entanto, informou ainda que a previsão estará mantida caso o posicionamento não mude após a conclusão da consulta.
Um dos pontos polêmicos é a intenção de exigir prescrição médica para aplicar as doses em crianças, o que motivou posição contrária de estados. Entre eles, está Santa Catarina, que aguarda a chegada de vacinas para dar início à vacinação sem cobrança da receita médica.
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Na última quinta-feira (23), o ministro da saúde, Marcelo Queiroga, afirmou que o órgão recomendaria pedido médico e um termo de consentimento assinado pelos pais para a vacinação em crianças. No entanto, o presidente do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass), se posicionou e divulgou uma carta aberta onde informou que o documento não seria exigido pelos estados.
Das 26 federações, mais o Distrito Federal, 17 já se posicionaram a favor do Conass, e não vão exigir pedido médico para vacinar crianças contra Covid.
Por ser um imunizante diferente dos aplicados em adultos, o governo federal terá que comprar uma versão específica da vacina da Pfizer, com dosagens e frascos diferentes. Em outubro deste ano, a empresa divulgou que a vacina é segura e mais de 90,7% eficaz na prevenção de infecções em crianças de 5 a 11 anos.
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Estados que se posicionaram contra
Ao menos 17 federações afirmaram ser contra a exigência de prescrição médica dada pelo Ministério da Saúde. No Sul, Santa Catarina e Paraná declararam que não vão aderir à decisão da pasta. O Rio Grande do Sul, no entanto, ainda vai discutir a necessidade com a comissão formada pelos municípios gaúchos. (veja a lista abaixo)
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- Acre
- Bahia
- Ceará
- Distrito Federal
- Espírito Santo
- Goiás
- Maranhão
- Minas Gerais
- Mato Grosso do Sul:
- Pará
- Paraíba
- Pernambuco
- Piauí
- Paraná
- Santa Catarina
- Sergipe
- São Paulo
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Situação em Santa Catarina
Com oito óbitos de crianças entre 5 e 11 anos em Santa Catarina, por conta da Covid-19, o Estado não vai exigir receita médica para imunizar a faixa etária.
– Não faz sentido do ponto de vista técnico se a gente tem um órgão como a Anvisa dizendo que é segura [a vacina]. Se houver necessidade de receita médica que seja a critério dos pais, mas não é uma posição de gestão – afirmou o secretário de Saúde do Estado, André Motta Ribeiro.
Segundo o secretário, após o recebimento dos imunizantes, Santa Catarina deve disponibilizar as vacinas em 24h.
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De acordo com o virologista Fernando Spilki, a vacinação em crianças é de extrema importância diante do cenário em que vive o Brasil. O país, de acordo com o especialista, tem 10 vezes mais internações de crianças por coronavírus do que em outros países.
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– As crianças, assim como adultos, podem transmitir o vírus mesmo sem sintomas. Ainda há muitos adultos e jovens que não receberam nem a segunda dose, então vacinar as crianças aumentaria esse “escudo” de proteção até que todos estejam vacinados. Em países com vacinação mais alta, a Ômicron tem se caracterizado por um elevado número de casos em crianças, justamente porque é ainda a parte menos vacinada – explica Spiki.
Preocupação do Estado
De acordo com o secretário da Saúde de Santa Catarina, André Motta Ribeiro, o Estado se preocupa agora com a baixa cobertura vacinal de outras vacinas, como a gripe, por exemplo. Em Santa Catarina, 33 casos de H3N2 foram registrados.
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– Há um reflexo natural nas outras vacinas já disponíveis e também conhecidas. Fica o apelo para que as pessoas entendam que vacina é a arma que nós temos contra as doenças infectocontagiosas – diz.
*Com informações do G1.
*Sob supervisão de Vinicius Dias.
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