O secretário do Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável de Florianópolis, Alexandre Waltrick, disse que a pasta irá intensificar a fiscalização na Lagoa do Peri, após o local ser considerado impróprio para banho nas duas últimas semanas. Foi a primeira vez que o ponto, que tem o selo Bandeira Azul, teve dois resultados negativos consecutivos, de acordo com o histórico do Instituto do Meio Ambiente de Santa Catarina (IMA). A lagoa faz parte de uma unidade de conservação municipal.
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O secretário informou ao NSC Total que irá propor nesta quinta-feira (13), em reunião com a pasta de Segurança Pública, a realização de uma ronda diuturna da Guarda Municipal Ambiental. A intenção é verificar se existe algum foco “estranho” ou alguém lançando dejetos na lagoa.
A expectativa do secretário é que o próximo laudo de balneabilidade do IMA, previsto para ser feito no início da semana que vem, não registre contaminação de coliformes fecais. Com isso, o ponto retornaria à condição de próprio.
— Independentemente do laudo, vamos intensificar a fiscalização de campo, especialmente nas ruas do entorno e fazer um trabalho investigativo mais específico — afirma.
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De acordo com o secretário, a contaminação da lagoa por algum agente externo, como esgoto irregular, é “improvável”. Ele também é presidente da Fundação Municipal do Meio Ambiente de Florianópolis (Floram), responsável pela gestão e conservação da Lagoa do Peri.
— É uma unidade de conservação, que passa pelo crivo dos servidores que atuam ali. Também são feitos exames regulares de outros parâmetros (fora a balneabilidade), por conta da captação de água na lagoa pela Casan — diz.
Água imprópria é resultado das chuvas, diz secretário
A medição de balneabilidade é feita semanalmente pelo IMA e detecta contaminação por coliformes fecais. De acordo com o histórico do órgão catarinense, houve uma alta nos dias 6 de janeiro e 3 de fevereiro.
O secretário atribui a primeira contaminação à maior presença de banhistas na lagoa, durante o período de auge da temporada. Na segunda data, o problema teria ocorrido por conta das chuvas que atingiram a cidade em janeiro.
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— Sempre que chove, temos problema na balneabilidade, porque a chuva “lava” a cidade e isso vai pra dentro da água — justifica.
Veja fotos da Lagoa do Peri
Como funciona a análise do IMA
Uma praia é considerada imprópria para banho quando a água está contaminada com a bactéria Escherichia coli, presente nas fezes de humanos e animais. De acordo com o IMA, o ponto é considerado impróprio quando, em 20% das últimas cinco análises, o resultado é superior a 800 bactérias (NPM) por 100 mililitros; ou quando, na última coleta, o resultado é superior a 2.000 NMP/100 ml.
Normalmente, as coletas na Lagoa do Peri registram menos de 100 NMP/100 ml. Neste ano, houve uma contaminação em 6 de janeiro, com 1.145 NMP/100 ml, que normalizou nas duas semanas seguintes. Em 3 de fevereiro, a coleta voltou a registrar alta, com 988 NMP/100 ml.
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Agora, em 10 de fevereiro, o órgão contabilizou 209 NMP/100 ml — ou seja, o resultado atual teve queda em relação à semana anterior, mas ainda em patamar superior àqueles normalmente registrados na lagoa. De acordo com o IMA, caso na próxima análise o resultado seja inferior a 800 NMP/100 ml, o ponto retorna à condição de próprio.
- 10/2/2025 – 209 NMP/100 ml – IMPRÓPRIA
- 3/2/2025 – 988 NMP/100 ml – IMPRÓPRIA
- 27/1/2025 – 52 NMP/100 ml – PRÓPRIA
- 13/1/2025 – 10 NMP/100 ml – PRÓPRIA
- 6/1/2025 – 1.145 NMP/100 ml – PRÓPRIA
- 2/1/2025 – 10 NMP/100 ml – PRÓPRIA
Dois resultados negativos consecutivos
Esta é a primeira vez que a Lagoa do Peri tem dois resultados negativos consecutivos, de acordo com o histórico do IMA, que começou a coleta na lagoa em 2013. A última vez que o local havia ficado impróprio foi em maio de 2018. Na ocasião, na coleta seguinte, feita um mês depois, o ponto voltou a ficar próprio.
A Lagoa do Peri é a única praia de água doce do Brasil com o selo Bandeira Azul, que reconhece a qualidade da água, entre outros critérios como gestão ambiental, educação ambiental, segurança e turismo sustentável. O local faz parte do Monumento Natural Municipal da Lagoa do Peri (MONA Lagoa do Peri), uma unidade de preservação com 4.274 hectares.
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Com o resultado impróprio, a lagoa teve que retirar a Bandeira Azul na segunda-feira (10). O local também corre risco de perder o selo internacional caso não normalize a balneabilidade em 10 dias, conforme as regras do programa.
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Além da Lagoa do Peri, três praias de SC com Bandeira Azul estavam impróprias na pré-temporada
 
				 
                                     
                            
                            



