O governador afastado do Rio de Janeiro, Wilson Witzel (PSC), rebateu as denúncias que resultaram no afastamento dele do cargo e apontou que é vítima de um “possível uso político” do Ministério Público Federal.
Continua depois da publicidade
> Santa Catarina pode ter queda nos casos de coronavírus em setembro, aponta projeção
Witzel acusou a subprocuradora Lindora Araújo, da Procuradoria-Geral da República (PGR) e integrante da investigação que resultou no pedido de afastamento, de “perseguir governadores com investigações rasas e buscas e apreensões preocupantes”, e afirmou que ela tem relação próxima já divulgada pela imprensa com o senador Flávio Bolsonaro (Republicanos), filho do presidente Jair Bolsonaro.
– Eu, assim como outros governadores, estamos sendo vítima de um possível uso político da instituição – argumentou.
Witzel citou o presidente Bolsonaro também em outros momentos do pronunciamento à imprensa, na manhã desta sexta-feira (28). Insinuou que prisões de milicianos no Estado poderiam “incomodar” e chegou a dizer que o presidente o via como possível adversário nas eleições presidenciais de 2022.
Continua depois da publicidade
– Bolsonaro já declarou que quer o Rio de Janeiro, já me acusou de perseguir a família dele. Mas diferentemente do que ele imagina, aqui a Polícia Civil é independente, o Ministério Público é independente – afirmou.
> Usuários do Twitter viralizam pergunta de repórter a Bolsonaro sobre dinheiro de Queiroz
Governador nega acusações
O governador afastado negou ter cometido qualquer ato para atrapalhar as investigações e disse não ter nenhum envolvimento com os casos investigados.
– Não tenho relação com Mário Peixoto (empresário investigado por contratos com o governo), com qualquer empresário, e nunca pedi a qualquer secretário a contratação e qualquer empresa – defendeu-se.
> PF faz operação na residência oficial do governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel
Witzel afirmou que afastou o primeiro e o segundo escalão das secretarias investigadas e sugeriu que o afastamento por 180 dias teria relação com a indicação do procurador-geral de Justiça, do Ministério Público estadual, que ele precisará fazer ao final do ano.
Continua depois da publicidade
– Há interesses poderosos contra mim, e querem destruir o Estado do Rio de Janeiro, atingindo a mim, o presidente da Alesc, o vice-governador, que vai ficar em exercício agora com uma busca e apreensão feita na casa dele, fragilizado – apontou.
> Deputada Flordelis foi mandante da morte do marido pastor Anderson, diz polícia
O governador afastado classificou como “ultraje à democracia” o afastamento dele e que o Judiciário não poderia “afastar um governador com a suposição de que ele vai fazer isso ou aquilo”.
Por fim, Witzel disse que tomará as medidas cabíveis para tentar reverter o afastamento do cargo, mas que até o momento não teve acesso aos autos da investigação.
> Renato Igor: Pedido de impeachment de Moisés feito por CPI traz fato com apelo popular