Ano após ano, Santa Catarina perde dinheiro com o frio. Apesar do movimento de turistas na Serra Catarinense em dias como os atuais, principalmente quando a neve dá as caras, o potencial é muito maior. Mas o Estado não consegue absorver toda a demanda por falta de infraestrutura. Somos o local mais frio do Brasil, com o principal fenômeno da estação registrado praticamente todos os anos. Mesmo assim continuamos reféns de uma estrutura acanhada, ainda mais em comparação com outros pontos como o Rio Grande do Sul.

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Historicamente, SC olhou mais para o verão do que para o frio. Os planos prioritários estiveram voltados para as praias, enquanto as regiões de frio ficaram em segundo plano. Resultado disso é a necessária e justificada expansão do Litoral, mas o enfraquecimento da Serra Catarinense. A união dos empresários e dos prefeitos locais não foi suficiente para corresponder ao tamanho que as cidades frias ganharam pelas redes sociais e mídia proporcionada pela neve constante.

Uma reportagem desta terça-feira (29) aqui no NSC Total mostra que tivemos na madrugada as temperaturas mais baixas do Brasil, mais uma vez. Isso comprova que os gestores catarinenses precisam monetizar o frio com mais qualidade. Obviamente que isso depende de parcerias entre o público e o privado, mas o público precisa abrir melhor as portas e criar oportunidades.

Ao mesmo tempo, a infraestrutura de mobilidade urbana precisa ser ampliada e melhorada. Seja por terra ou pelo ar, o acesso à Serra Catarinense ou cidades do Meio-Oeste onde o frio também é característico deve ser facilitado. Isso é questão básica e até de sobrevivência do turismo local.

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O que não se pode é perder dinheiro com tamanha capacidade de SC para o frio. Nenhum Estado tem as belezas naturais catarinenses. No caso da Serra do Rio do Rastro, por exemplo, a infraestrutura está aliada à natureza, o que credencia o local como um dos mais bonitos do Brasil. Mas ele pode ser melhor explorado.

Quando olhamos para os vizinhos gaúchos, observamos que há exemplos de cidades como Canela e Gramado, altamente desenvolvidas e léguas na frente dos municípios catarinenses quando o assunto é estrutura para atender os turistas. Obviamente que o modelo de SC não precisa ser igual ao aplicado na Serra gaúcha, até porque grande parte do potencial catarinense vem das belezas naturais, enquanto em Gramado, por exemplo, houve muito investimento em estruturas comerciais.

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Portanto, não há mais tempo a perder. Santa Catarina já está atrasada e só perde enquanto deixa a infraestrutura paralisada. Obras como o asfaltamento da Serra do Corvo Branco, anunciada pelo governo neste mês, são importantes e devem se somar a iniciativas econômicas de atração de investidores. O potencial está disponível, basta utilizá-lo a favor do Estado.

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