Santa Catarina atingiu neste início de 2021 a marca de meio milhão de pessoas contaminadas pelo novo coronavírus. Já são mais de 5,4 mil óbitos. Números que contrastam com o momento em que o Estado ‘festeja’ a temporada de verão, com movimento nas praias, baladas clandestinas e falta de fiscalização. A esta altura, é necessário perguntar para onde vamos, e que caminhos ainda podemos traçar.

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As estatísticas nos dizem que pelo menos sete, a cada 100 pessoas, já foram contaminadas pelo coronavírus em Santa Catarina. Algumas delas tiveram sintomas leves, quase uma “gripezinha”. Uma parte precisou de hospitalização e, entre essas pessoas, muitas perderam a vida para a doença. Já são 150 mortos desde a virada de ano.

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O enfrentamento em que Santa Catarina tem apostado, ao longo dos últimos meses, consiste em reforçar o sistema de saúde contando com um maior volume de infecção – e, consequentemente, de pressão sobre os hospitais. Permite-se uma relativa normalidade, em troca de um número maior de infectados. 

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É um caminho possível, mas que deixa muita gente para trás. Estamos falando na internação de pessoas para enfrentar uma doença para a qual não existe um tratamento comprovadamente efetivo. Ouvi de um médico que, embora fundamentais, mais leitos de UTI não são uma salvação, mas uma segunda chance.

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Essa pressão sobre o sistema de saúde também tem um alto custo econômico. Cada paciente internado na UTI custa, por dia, R$ 1,2 mil. Com uma média de 500 internados por Covid-19 ao longo das últimas semanas, isso representa R$ 700 mil diariamente. São R$ 21 milhões por mês.

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Outro caminho possível era reduzir a circulação do vírus. Isso diminuiria as internações e, por consequência, as mortes. Mas teria, evidentemente, impacto sobre o setor econômico. Para funcionar, precisa de apoio governamental para quem será afetado e de um pacto coletivo ao qual muitos cidadãos – e governantes – não estão mais inclinados a aderir.

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Nessa equação, não há certo ou errado. Há escolhas e consequências.

Especialistas com quem conversei dizem que vencer a pandemia, a esta altura, passa pela percepção que as pessoas têm sobre a seriedade da Covid-19. Os governos falharam, e continuam falhando, em comunicar com clareza e objetividade o cenário e os resultados. As regras não têm solidez, e isso prejudica a maneira como o cidadão enxerga o coronavírus e a aderência a medidas de prevenção.

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Com meio milhão de infectados, e um longo caminho até um nível abrangente de vacinação, precisamos nos questionar quantas, das mais de 5 mil vidas perdidas até agora em SC, teriam sido poupadas se não tivéssemos a pandemia – ou se tivéssemos seguido por um caminho diferente. E quantas ainda podemos salvar.

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