A repercussão das prisões da Operação Mensageiro, que já levou sete prefeitos catarinenses para trás das grades, lembra o terremoto provocado pelo início da Operação Lava-Jato. A detenção de agentes públicos investigados por suspeitas de corrupção, o envolvimento de empresas conhecidas e a divisão em etapas fazem das operações “novelas” que instigam o interesse do público.
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Na última semana, dois capítulos chamaram especial atenção: a prisão do prefeito de Tubarão, Joares Ponticelli (PP), e a revelação, trazida pela coluna, sobre as suspeitas do Gaeco e do Grupo Anticorrupção do Ministério Público de Santa Catarina (Geac) sobre uma suposta mesada de R$ 50 mil que seria paga a um dos prefeitos pela empresa que é pivô da operação, o Grupo Serrana – suspeita que é rechaçada pela defesa.
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A inclusão de nomes populares na política e a expectativa pelo desenrolar do caso – há quem diga que há prefeitos no Estado que não têm conseguido dormir, temendo uma “visita” do Gaeco – são questões que aproximam a Mensageiro da espetaculosa Lava-Jato.
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Mas há uma preocupação legítima no Ministério Público e na Justiça em SC em evitar as armadilhas que fizeram da maior operação contra a corrupção no país uma força-tarefa política, que derrapou na lei. É nesse ponto que as duas operações se afastam.
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Fontes ouvidas pela coluna ao longo dos últimos dias dizem que tem havido um cuidado redobrado para evitar a divulgação dos nomes dos presos nas publicações oficiais, e para manter o passo a passo da investigação sob sigilo, sem vazamentos. Isso motivaria, inclusive, os despachos feitos na madrugada pelo Tribunal de Justiça.
Os poucos dados públicas, no entanto, levantam debates no meio jurídico sobre a necessidade de manter prefeitos presos na fase investigatória. As informações no despacho sobre a suposta mesada ajudam a elucidar o cálculo que é feito pela Justiça.
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