Em entrevista na noite desta quarta-feira (16), antes do lançamento da Efapi do Brasil 2025, feira com shows que será realizada em outubro, em Chapecó, o governador de Santa Catarina, Jorginho Mello, disse que a tarifa aprovada para o Brasil pelos Estados Unidos é um problema e que tem falado sobre isso com a Federação das Indústrias de SC (Fiesc). Segundo ele, é preciso cautela porque a situação pode mudar, mas o governo de SC estuda dispensar taxação de empresas que exportam e criticou o governo federal por falar em taxa de reciprocidade.
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– Temos um problema colocado em um país que é forte, que é gigante (os EUA) e que a gente precisa ter sabedoria para lidar com isso. E eu estou tendo, estou evitando declarações. Estou fazendo um portfólio de produtos para poder falar sobre produtos, não sobre Estado para, possivelmente amanhã, ou depois, a gente poder dispensar a taxação de produtos que Santa Catarina exporta, que não pode fazer uma exceção de um estado ou outro – afirmou o governador catarinense.
Jorginho Mello disse que tem falado com o presidente da Federação das Indústrias de Santa Catarina (Fiesc), Mario Cezar de Aguiar sobre o assunto. Ele criticou afirmações do governo federal sobre a possibilidade de adotar taxa de reciprocidade na importação de produtos dos Estados Unidos.
– Tarifa é uma preocupação para todos, para o Brasil. O governo federal tem que parar de falar em taxa de reciprocidade, que nem dar pancada, porque não está em condições. Está meio com dor de barriga. Então, quem está com dor de barriga, não pode fazer muita força – disse Jorginho Mello.
O governador falou também que é preciso cautela porque é uma situação que pode mudar rapidamente. Por isso, “não dá para ir na fumaça, fazer uma reciprocidade unilateral”.
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– Evidentemente que a gente tem que proteger a economia de Santa Catarina. Ainda bem que nós estamos bem. Ainda bem que a gente passou o Estado a limpo. Ainda bem que a gente tem folga financeira. Por isso, a gente vai ser parceiro dos empresários, como a gente sempre foi – comentou Jorginho Mello.
Taxação de 50% preocupa região de Chapecó
O prefeito de Chapecó, João Rodrigues, afirmou que a região, apesar de se destacar na produção de proteína que exporta para o mundo todo, também tem nos Estados Unidos um mercado importante para vários produtos e está preocupada com a tarifa de importação de 50%.
– Nós temos máquinas e equipamentos que são fabricadas para as empresas dos Estados Unidos, temos em Chapecó uma empresa americana que produz snacks com pele de porco, a Rudoph, que manda para o mercado americano, e temos também empresas de madeiras e móveis que exportam para lá. Por isso seremos afetados – explicou o prefeito de Chapecó.
Agroindústrias de proteínas de SC também exportam aos EUA, mas têm mais condições de conquistar outros mercados. A Aurora Coop, por exemplo, foi a primeira empresa brasileira a exportar carne suína ao mercado americano. Ela vende mais um corte específico, que é a costela. A cooperativa ainda não comentou sobre como estão essas exportações em função do tarifaço.
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