A Assembleia Geral das Nações Unidas (ONU) que abriu na manhã desta terça-feira (23) vai entrar para a história como a que permitiu a oportunidade de um encontro amigável inesperado entre o presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva e o presidente do Estados Unidos, Donald Trump, após distanciamento dos dois líderes em meio ao tarifaço de 50% que já fecha empresas e empregos no Brasil e em Santa Catarina. Trump falou depois de Lula na Assembleia, disse que os dois tiveram uma “excelente química” num encontro rápido e deverão conversar na próxima semana. A expectativa é de que saia a reunião e negociem um acordo para reduzir o tarifaço ao país.
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Esse encontro dos presidentes do Brasil e EUA só foi possível por um fato histórico. Após a Segunda Guerra Mundial, a partir de 1947, o brilhante diplomata e político brasileiro Osvaldo Aranha, que nasceu no Rio de Janeiro e cresceu numa fazenda de Alegrete, no Rio Grande do Sul, foi um conciliador na ONU e liderou a solução de crise na Palestina, definindo a criação de um estado palestino e outro judeu. Pela atuação de Osvaldo Aranha, ficou definido que o presidente do Brasil é sempre o primeiro líder a falar nas aberturas de assembleias da ONU. Foi isso que oportunizou o encontro de Lula e Trump hoje.
É claro que os discursos dos dois líderes foram críticos e difíceis. Não dá para afirmar que logo virá um acordo pelo fim do tarifaço ao Brasil. Diplomatas brasileiros foram cautelosos nos primeiros comentários sobre o assunto. Mas é uma esperança porque os Estados Unidos têm superávit com o mercado brasileiro e a parceria comercial entre os dois países dura 201 anos.
Como Lula é um político que sabe conversar, tem carisma, e Trump também se apresenta assim, existem esperanças de avanços para um acordo. Se isso ocorrer, os danos do tarifaço serão minimizados para a economia do Brasil e, especialmente, para a de Santa Catarina, que tinha até há poucos dias os Estados Unidos como o maior mercado das suas exportações, 15% do total faturado no exterior.
A maioria das lideranças do Brasil recomendava uma conversa entre Lula e Trump visando um acordo, confiantes de que a conversa frente a frente sempre pode ser mais promissora. O encontro nos bastidores da ONU mostrou que elas tinham razão.
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