O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ameaça taxar os países signatários dos Brics, grupo de países em desenvolvimento liderado pelo Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul com uma tarifa extra de 10%. É uma retaliação em função da carta da Cúpula dos Brics que condenou os ataques ao Irã e à Rússia e, também, criticou a política de guerra tarifária no mercado internacional. Como os EUA são o principal destino de exportações de Santa Catarina, o estado será prejudicado.

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– Qualquer país que se alinhar com as políticas antiamericanas do Brics terá cobrança de tarifa adicional de 10%. Não haverá exceções a essa política – afirmou na Truth Social, a rede social dele, neste domingo à noite.  

Caso o Brasil seja incluído, o país passará a enfrentar taxação de 20% sobre as exportações aos Estados Unidos porque o país já é taxado em 10%. Com isso, o país seguirá com tarifa mais baixa do que a China, que já é taxada em 30% e poderá chegar a 40% com o novo aumento.

Mesmo assim, essa ameaça de Trump preocupa especialmente a indústria de Santa Catarina porque os Estados Unidos são o maior mercado externo de produtos catarinenses. No primeiro semestre, as vendas ao país somaram US$ 847 milhões de dólares, com queda de -1,1% em relação ao mesmo período do ano passado. Se considerarmos esse valor das exportações de SC, um acréscimo de 10% elevaria em quase US$ 85 milhões de taxas ao consumidor americano.

O resultado disso pode ser redução das exportações catarinenses no médio prazo.  Isso porque acabam ficando mais caras e, gradativamente, os importadores americanos podem reduzir as compras de empresas brasileiras, incluindo as catarinenses. Essa medida não impacta de uma hora para outra porque contratos de importação e exportação são de médio a longo prazo, normalmente.  

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A crise do tarifaço norte-americano já impacta negócios de SC com os EUA e Europa. Na balança comercial do primeiro semestre deste ano, as exportações de motores elétricos, um dos itens vendidos aos EUA e Europa, tiveram redução de 17,9% frente ao mesmo período de 2024 e as vendas de partes de motores recuaram 18,5% no mesmo período.

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