Santa Catarina fechou o primeiro semestre de 2025 com US$ 5,86 bilhões na receita de exportações, 6,6% mais do que no mesmo período do ano passado. A liderança nas vendas lá fora ficou com o setor de proteína animal com exportações maiores para América Latina e Ásia enquanto nos EUA as vendas de industrializados caíram devido ao tarifaço e incertezas do governo de Donald Trump.
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As importações de SC de janeiro a junho somaram US$ 16,8 bilhões, 4,9% mais que nos mesmos meses de 2024. No mês de junho, a balança comercial de SC registrou exportações de US$ 959 milhões, 6,5% mais que no mesmo semestre do ano anterior. E as importações do mês ficaram em US$ 2,7 milhões com recuo de 8,0%.
No primeiro semestre, as exportações de carnes de aves responderam pela maior receita da balança comercial, US$1,09 bilhão no período, 10,3% mais frente aos mesmos meses de 2024. A carne suína, segundo produto principal, somou US$ 851 milhões e teve crescimento de 21,1%. Além desses setores líderes, o Observatório Fiesc, que acompanha os dados da balança comercial, destacou que o maior crescimento nas exportações foi de painéis para comando elétrico, em 417,7%. Outro produto que acelerou foi o tabaco, com alta de 75,3% das vendas lá fora.
O impacto negativo do tarifaço do Trump foi sentido nos produtos de maior valor agregado, vendidos principalmente para os Estados Unidos e Europa. As exportações de motores elétricos caíram 17,9% e ficaram em US$ 81,5 milhões.
As vendas de partes de motores recuaram 18,5% e somaram US$ 201,8 milhões. As exportações de soja tiveram recuo de 29,7% e somaram US$ 229,8 milhões.
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Apesar das mudanças nos EUA, o país ainda foi o principal destino das exportações catarinenses no primeiro semestre de 2025, com recuo de 1,1% frente ao mesmo período de 2024 e vendas de US$ 847,2 milhões. Em segundo lugar ficou a China, com um total de US$ 580,4 milhões e queda de 5,3%. As vendas para o México, quinto principal destino das exportações de SC, tiveram queda de 13%.
No dado dos mercados em crescimento, o destaque foi a vizinha Argentina, com 33,4% mais de compras de SC, para US$ 438 milhões. O Japão comprou 25,8% mais e totalizou US$ 348 milhões, e o Chile registrou um salto de 39,7%, com US$ 305 milhões.
As impostações cresceram num menor ritmo, 4,9% no semestre. Mas chamaram a atenção algumas altas e baixas de produtos importantes. Um deles foi o cobre refinado, principal produto de importação do estado. Teve um recuo de 7,4% e somou US$ 657,1 milhões. Esse menor consumo está ligado às menores exportações de equipamentos que usam essa matéria prima, como motores elétricos e compressores.
As importações de polímero de etileno, terceiro item da pauta, caíram 13,5% e somaram US$ 346,8 milhões, anotou o Observatório Fiesc. Outro setor que recuou nas importações foi o de veículos, com queda de 17,9%, para US$ 339,6 milhões.
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Entre os itens que puxaram o resultado das importações para cima no semestre está aços laminados planos, com crescimento de 255,3%, totalizando US$ 301,6 milhões. As importações de autopeças e partes de veículos cresceram 16,4%, chegando a US$ 455,6 milhões. As elevadas compras lá fora de aços planos refletem maior oferta da China e estão sendo criticadas pela indústria nacional. Uma das razões dessa maior oferta é a mudança tarifária promovida pelos EUA.
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