O mundo ainda nem se recuperou totalmente de uma crise econômica causada pela alta dos preços do petróleo e da energia devido à guerra da Rússia contra a Ucrânia deflagrada em 24 de fevereiro 2022 e, agora, precisa enfrentar outra guerra com dimensões e riscos maiores que envolve o ataque a bombas dos Estados Unidos às usinas nucleares do Irã, que revida com plano de fechar o estreito de Ormuz. Esse novo conflito que começou dia 13 deste mês com ataque de Israel ao Irã, piora o cenário e torna muito provável uma nova crise de petróleo com proporções ainda maiores porque é nesse estreito que passa 20% ou mais de todo o petróleo comercializado no mundo.
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A decisão do presidente dos EUA, Donald Trump, de atacar o Irã sem autorização do parlamento do país e sem dar sinais antes para o mundo está gerando críticas da grande maioria dos países e também internamente. Quem mais condena são as grandes nações, também com grandes economias, como a União Europeia, China, Índia e Rússia, entre outras. Elas avaliam que cresceu o risco de uma guerra com diversos países, com redução da segurança global e impactos econômicos. Contra isso, estão se mobilizando.
O efeito econômico negativo a partir da alta dos combustíveis é imediato e em cascata, podendo, em pouco mais de um mês, afetar quase todos os países, chegando, praticamente, ao bolso todos os consumidores globais, direta ou indiretamente.
Foi assim na guerra Ucrânia e Rússia, que causou inflação em todo o mundo e exigiu enorme esforços dos bancos centrais para conter preços nos anos subsequentes até há pouco. No Brasil, a situação ficou tão crítica que o preço dos litros de gasolina e diesel se equipararam e ficaram numa média de R$ 7,9 meses após. Um dos recordes, em maio de 2022, foi gasolina a R$ 8,9 em Tubarão, Sul de Santa Catarina.
O preço médio do petróleo no mundo, dia 30 de maio último, estava em US$ 63,90. Na sexta-feira, antes do ataque americano, já havia subido para US$ 77,01, o que indica uma alta da ordem de 20%.
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Em comentário sobre esse conflito, o economista-chefe da Federação das Indústrias de SC (Fiesc), Pablo Bittencourt, observou que a alta de petróleo eleva os preços dos combustíveis e é ruim para a inflação no Brasil e em qualquer lugar no mundo. Mas para a Petrobras vai ser bom o preço o barril perto de US$ 80, e bom também para as contas públicas brasileiras porque o governo federal receberá dividendos maiores da companhia com esses preços mais altos.
Além do preço do petróleo, que gera crise e redução do poder de compra em todo o mundo, impactando negativamente exportações, a presidente da Câmara de Comércio Exterior da Fiesc, Maria Teresa Bustamante, alertou também sobre o risco de redução de exportações do estado aos países árabes. Isso somando aspectos negativos da confusão tarifária do Trump, são muitos fatores para abalar negativamente o mercado internacional.
Sobre a guerra em que os EUA entraram para ajudar Israel na destruição do programa nuclear iraniano, o mundo ainda está tentando entender e as opiniões são divergentes. Trump bombardeou e sugeriu o início da paz, mas a reação do Congresso do Irã foi sugerir o fechamento do estreito de Ormuz. É um conflito em que se sabe um pouco como chegou até aqui, mas restam muitas dúvidas sobre como vai evoluir. A partir disso, o impacto será maior ou menor na economia mundial.
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