O Grupo Pereira, sétima maior rede supermercadista do Brasil, inaugurou na última quarta-feira (03) duas lojas da rede Comper em Santa Catarina, nas cidades de Itapema e Bombinhas. Isso representa a volta da rede pela qual o grupo estreou no setor em 1972, em Itajaí. Essa retomada inclui seis novas lojas em SC. Mas os investimentos do grupo este ano podem chegar a 16 novas lojas de supermercados no Brasil: sete das redes Fort Atacadista e Comper já foram inauguradas, e mais nove estão previstas até o final do ano.

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As informações são do diretor do grupo, Lucas Pereira, que participou da inauguração da unidade de Itapema e concedeu entrevista exclusiva para o portal NSC Total. Segundo ele, já foram inauguradas este ano duas lojas Fort Atacadista em SC e duas no RS, uma Comper em Cuiabá e duas em SC.

Veja mais imagens da nova loja da rede Comper, inaugurada em Itapema quarta-feira:

Estão previstas mais nove supermercados a serem inaugurados pelo grupo este ano. Para SC, são mais duas unidades do Fort Atacadista, em Itajaí e São Francisco do Sul e mais quatro lojas Comper, quase todas em unidades da rede Schmit, adquirida este ano pelo grupo. As demais serão em outros estados.

De acordo com o empresário, para este ano o grupo estimou investimentos entre R$ 800 milhões e R$ 1 bilhão, mas o montante deverá ficará mais próximo de R$ 800 milhões. Ele também falou sobre o sobe e desce de preços de alimentos em função de diversos fatores nacionais e internacionais.

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Fundado em Itajaí em 1962, o Grupo Pereira atua em SC, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás, Santa Catarina, São Paulo, Rio Grande do Sul e no Distrito Federal. Conta com mais de 170 unidades de negócios incluindo as redes Fort Atacadista, Comper Supermercados, atacado Bate Forte, farmácias, restaurantes, agências de viagens e postos de combustíveis. Neste ano, deverá alcançar faturamento de R$ 17,5 bilhões. Leia a seguir a entrevista de Lucas Pereira:


O que representa para o Grupo Pereira a volta da rede Comper de supermercados em Santa Catarina, com seis novas lojas em 2025?

– Representa muito para nós. Nós somos catarinenses, começamos em Itajaí. Nossa primeira loja é o Comper da Rua 7 de Setembro (na cidade de Itajaí). Por uma questão de oportunidade de mercado, o Fort se expandiu em Santa Catarina com muita velocidade, foi eleito pela oitava vez Top of Mind, estamos em todas as regiões do estado, e o Comper se desenvolveu, da mesma forma, no Centro-Oeste. O Comper hoje é líder em Campo Grande, é líder em Cuiabá e, durante esses últimos anos, nós estudamos muito a volta do Comper, com mais lojas para cá. Agora, com essa oportunidade, começamos agora as inaugurações (dia 03 de agosto) com duas lojas: Itapema e Bombinhas.

Quanto o grupo está investindo nessas novas lojas Comper em SC?

 – Ainda estamos fazendo os investimentos. Quando finalizarmos as inaugurações das seis lojas teremos, com mais precisão, o valor total. Estamos contratando 500 novos colaboradores.

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Por que a decisão de investir em supermercados tradicionais, além do atacarejo?

– Eles complementam muito a nossa estratégia para o estado. Nós estamos em todas as principais cidades com a bandeira Fort Atacadista. Na maioria dos casos, são lojas grandes, com grandes depósitos, bom sortimento e preço competitivo. Nós temos logística hoje para atender todo o estado a partir do nosso CD de Porto Belo e vimos muitas oportunidades, principalmente em algumas cidades com lojas menores.

Nesses locais, o varejo se enquadra melhor do que o atacarejo. E, claro, está cada vez mais difícil encontrar terrenos para grandes lojas do Fort. Então, essas seis lojas que estamos abrindo, por exemplo, têm entre 1 mil e 2,5 mil metros quadrados de área de venda. São lojas dentro dos bairros, que têm um perfil para supermercado.

E nós já temos essa estratégia da multicanalidade funcionando no Centro-Oeste. Hoje temos Comper e Fort atuando simultaneamente em Campo Grande, Cuiabá e Brasília. É uma estratégia que já levamos para grandes cidades e que agora trazemos para Santa Catarina.

Qual é o plano para a rede Comper em Santa Catarina, além desse projeto de 2025?

– Nós estamos buscando oportunidades em todas as cidades. Onde houver terrenos que se enquadrem na nossa estratégia para o Comper, nós abriremos.

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– O grupo poderá também fazer aquisições de redes já existentes, como foi a Schmit?

– Com certeza. Nós acreditamos que existem boas oportunidades, tanto aqui quanto em outros estados do Brasil. Temos sido procurados por outras redes e estamos estudando novas aquisições.

Quais são as características que diferenciam a rede Comper?

– O Comper vem com uma proposta de valor para o cliente: um sortimento completo, um mix de produtos que acreditamos ser o melhor de Santa Catarina, com produtos importados escolhidos por nós, açougue e padaria de alta qualidade, e o preço característico do Grupo Pereira.

É um negócio que alia sortimento e serviço, mas com preço competitivo pela nossa capacidade de compra, pela escala e pelo tamanho do grupo. Então, é um varejo premium no sortimento e no serviço, mas muito acessível.

Vocês oferecem também vendas online?

Nós temos hoje em Santa Catarina o delivery do Fort e algumas lojas já com iFood. Essa estratégia vai acontecer também para o Comper.

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O Grupo Pereira também segue investindo na expansão da rede Fort Atacadista. Quantas lojas estão previstas para as redes Fort e Comper este ano?

– Este ano, nós abrimos lojas do Fort no Rio Tavares (em Florianópolis) e em Penha, em Santa Catarina. Depois, no Rio Grande do Sul, abrimos em Novo Hamburgo e em Gravataí. Inauguramos o Comper Belvedere em Cuiabá e agora essas duas lojas Comper em SC.

Nós temos mais nove lojas ainda pela frente para inaugurar. Em Santa Catarina, além das inaugurações de Penha e Rio Tavares e das duas desta quarta-feira, temos mais quatro lojas do Comper para abrir.

Serão mais duas em bombinhas e uma em Itajaí neste mês, e mais uma em Bombinhas ainda este ano. Temos também o Fort Itajaí e o Fort São Francisco do Sul. Então, mais uma vez, Santa Catarina recebe a maior parte do nosso investimento. É de onde o grupo saiu e, nos próximos anos, a ideia é continuar investindo bastante aqui no estado.

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Você afirmou que Itapema vai ganhar uma loja do Fort. Será aberta ainda este ano?

– É possível. Nós não conseguimos precisar a data. Estamos em fase de aprovação do projeto e vamos começar o mais rápido possível.

Vocês já têm ideia se vão executar todo o plano de investimentos para este ano? De quanto será?

– Os investimentos deverão fechar entre R$ 800 milhões e R$ 1 bilhão, a depender da velocidade das obras. Mas deve ficar próximo de R$ 800 milhões. Todos os anos nós batemos os recordes de investimento em relação ao ano anterior. A empresa tem por política, desde que foi fundada, reinvestir tudo o que o ano anterior gera. E temos conseguido investir cada vez mais.

Quanto o grupo deverá crescer este ano em faturamento e empregos diretos?

– Este ano, devemos chegar a R$ 17,5 bilhões de faturamento contra R$ 15,3 bilhões do ano passado, o que representará um crescimento em torno de 15%. O objetivo para o ano que vem é chegar próximo dos R$ 20 bilhões em vendas. Estamos gerando entre 2.000 e 2.300 dois mil e trezentos novos empregos. Já somos em quase 23 mil colaboradores no Grupo Pereira.

O Grupo Pereira planeja ir para a bolsa, abrir capital?
– Nós estamos prontos. Já há alguns anos a empresa se preparou. Temos um conselho consultivo com dois membros independentes. A empresa é uma S.A. de capital fechado, é 100% auditada e tem acordos de acionistas em nível de empresa de capital aberto. Então, nós nos preparamos para ter essa opção de abrir capital. Não é o nosso objetivo, mas pode acontecer.

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O Brasil colheu uma supersafra neste ano, mas os preços de alimentos têm ficado instáveis e pressionado a inflação. O que o consumidor pode esperar dos preços de alimentos este ano?

– As commodities têm oscilado muito. Há a questão das safras, que impactam diretamente, mas também há as questões de política externa: câmbio, volume de exportação ou não, e a própria política dos Estados Unidos, que influencia bastante agora. Nós temos visto preços instáveis no curto prazo. É muito difícil dizer hoje o que vai acontecer.

O nosso papel, como o maior varejista do estado, é aproveitar os momentos em que o preço recua. Nós temos a maior capacidade de compra e estocagem do estado e, com isso, conseguimos fazer bons negócios para segurar os preços e oferecer a melhor condição ao cliente.

Durante o ano passado e este ano, os preços do café subiram muito devido ao clima. Como estão agora?

– Caiu em relação ao que era antes. Algumas commodities, como o café e o azeite, chegaram a preços exorbitantes, mas já recuaram. Esperamos que não voltem a subir, mas isso não depende de nós.

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O café não foi isento da tarifa de 50% dos Estados Unidos. Ficando mais caro lá, as vendas poderiam cair e reduzir preços no Brasil. Vocês notaram alguma mudança nesse sentido?

– Por enquanto, não.

E como estão os preços das carnes, que pesam mais no orçamento das famílias?

– Os preços estabilizaram, mas continuam sendo commodities instáveis, que variam muito de acordo com o cenário externo. O Brasil é um grande exportador de carnes.

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