Será que uma startup fundada em uma garagem ou numa incubadora de Santa Catarina pode conquistar escala nacional e internacional e ser uma big tech global? É com esse sonho grande e outros um pouco menores que a Associação Catarinense de Tecnologia (Acate) lançou programa que incentiva empresas do setor buscarem faturamento de bilhões, o Acate 1bi.
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O programa inclui empresas que faturam mais de R$ 30 milhões e incentiva chegarem a R$ 100 milhões, R$ 500 milhões e até R$ 1 bilhão, destaca o presidente da Acate, Diego Brites Ramos. Esse clube catarinense de companhias bilionárias de tecnologia já tem duas integrantes, a Senior, de Blumenau e a Softplan, de Florianópolis. Ambas atuam com software (ERP) para empresas.
Veja fotos do lançamento do programa ACATE 1bi e outras de empresas de TI de SC:
– Nosso ecossistema é uma máquina de criar novas empresas. Agora, queremos tornar esses negócios com faturamentos bilionários – afirma o presidente da Acate.
Entre as que já faturam mais de R$ 30 milhões e podem mirar o primeiro R$ 1 bilhão de faturamento estão cerca de 80 empresas, informa a Acate. Algumas nascidas em SC já foram adquiridas por grupos nacionais ou multinacionais, como a RD Station, comprada pela Totvs; a Agriness, adquirida parcialmente pela americana Cargil, e a Conta Azul, adquirida 100% pela norueguesa Visma.
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O ecossistema de inovação de SC tem, também, a Starian, plataforma de soluções para construção do grupo Softplan, que acaba de receber aporte internacional de R$ 640 milhões; e a fintech Asaas, de Joinville, que captou no exterior em outubro de 2024 a cifra de R$ 820 milhões.
No grupo que participa do programa estão empresas que já se destacam no país como a Hiper, do Vale do Itajaí, a NDD Tech, da Serra Catarinense, a Procer, no Sul do estado e a Nord Electric, de Chapecó.
Entre os setores com avanços no ecossistema de SC está, também o de deeptechs (empresas de biotecnologias), com a holding Vesper Biotechnologies, de Florianópolis. Ela tem no portfólio oito startups, quatro do agro e quatro de saúde e faz pesquisas dentro dos avançados padrões globais. Uma das suas empresas, a Symbiomcs, acaba de receber aporte da multinacional americana Corteva Agricience.
De acordo com o presidente da Acate, o programa visa dar visibilidade para diversas empresas que já são líderes nacionais nas áreas em que atuam, mas seguem pouco conhecidas. Para ele, o ecossistema de SC é maduro porque muitas empresas de tecnologia já prestam serviços para grandes grupos locais. Boa parte das empresas que cresceram mais contaram com essa parcela no mercado local.
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A pesquisa sobre o balanço anual do setor de TI de Santa Catarina, divulgada durante o Startup Summit 2025, na última semana, mostrou que o ecossistema faturou R$ 42,5 bilhões em 2024, o quinto maior entre os estados brasileiros. Com essa cifra, representou 7,5% do Produto Interno Bruto (PIB) estimado de Santa Catarina no ano passado. Somou também 100,4 mil empregos diretos e 29,4 mil empresas, o sexto maior número de CNPJs do país no setor.
O empresário Everton Gubert, CEO da Agriness e diretor do ACATE 1bi, afirma que esse programa foi inspirado em exemplos de empresas de SC que superaram a fase de aceleração. Agora, necessitam principalmente de maior capital.
– Essas empresas buscam espaços de troca entre pares, acesso a conhecimento de ponta e articulação com o mercado, fundos e governo – destaca ele.
Os principais pilares do ACATE 1bi são networking qualificado entre líderes com desafios semelhantes; conteúdo de alto nível voltado a temas como governança, sucessão, expansão internacional e ESG. Na lista estão, também, conexões estratégicas que fomentem sinergias, parcerias comerciais, mentorias e a alternativa de fusões e aquisições.
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Os encontros do grupo são a cada dois ou três meses. A estreia foi no mês passado (agosto), em almoço com 50 empresários e palestra de Farlei Kothe, CEO do Grupo Stefanini para a América do Norte, Europa, África, Ásia e Oriente Médio.
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