O Brasil firmou recentemente um acordo sanitário com a China para exportação de carne de pato, proteína muito apreciada no gigante asiático. A única empresa brasileira apta a ingressar nesse mercado atualmente é a catarinense Villa Germania, de Indaial, que está negociando as próximas etapas para iniciar as vendas no começo de 2026. Assim, o famoso pato laqueado de Pequim, o “Beijing duck”, será também “made in Brazil”, de Santa Catarina. O CEO da empresa, Marcondes Aurélio Moser, informa que o importador é de Pequim.

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– O mercado da China é gigante, mas estamos felizes em podermos ter uma pequena participação lá. Nosso importador será de Pequim – afirma o CEO da Villa Germania.

Veja mais imagens sobre a Villa Germânia, única exportadora de pato do Brasil:

De acordo com o empresário, são necessárias outras etapas para iniciar as vendas. Uma delas é a habilitação do frigorífico baseado em Indaial, no vale do Itajaí. O pato laqueado se diferencia por ser preparado com um marinado composto por temperos e mel, que resulta em pele crocante.

Principal fornecedora de pato ao mercado brasileiro e única exportadora do país, a Vila Germania está presente no exterior em diversos mercados da América Latina, África e Ásia. No ano passado, as exportações de pato, pelo Brasil totalizaram 3,551 mil toneladas, com receita de US$ 11,9 milhões, segundo a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA). Moser disse que foi um ano difícil, mas as vendas voltarão a crescer em 2025, isso apesar de alguns mercados ainda não terem retomado as importações desde que deram uma pausa em função do caso de gripe aviária no Rio Grande do Sul em maio.

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Com produto de alta qualidade e rigorosos cuidados sanitários, a Villa Germania tem conquistado espaços crescentes no mercado internacional. As exportações têm um impulso também em função da marca Brazilian Duck, lançada anos atrás pela Apex Brasil e ABPA, usada nas participações conjuntas em feiras no exterior. Além dela, o país conta com as marcas Brazilian Chicken (frango), Brazilian Pork (suíno), Brazilian Egg (ovos) e Brazilian Breeders (genética avícola) criadas com esse objetivo.

Como do pato quase tudo se aproveita, a Villa Germania iniciou em janeiro deste ano exportações de pena da ave para uma indústria da Europa. Ela beneficia o produto para fornecer ao setor de moda.

– A pena de pato é usada para fazer forro de jaquetas. Entre os clientes estão grifes como a Burberry e a Moncler – destaca Moser.

Empresa que atua com diversos tipos de proteína premium, a Villa Germania tem também outros produtos para fornecer aos chineses. O empresário informa que está tentando negociar também exportações de frango orgânico e de codorna.

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No Brasil, os principais mercados de carne de pato são São Paulo, onde restaurantes fazem principalmente o Pato de Pequim e pato confit; Santa Catarina, Rio de Janeiro e Nordeste. Agora, com a COP 30 no Pará, o destaque será o pato no tocupi (líquido da mandioca brava). Nas gôndolas de supermercados catarinenses, a Villa Germania oferece diversos cortes e opções de preparo da proteína. Uma delas é pato recheado para assar, que vai direto do freezer para o forno.

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