A equipe econômica da Federação das Indústrias de Santa Catarina (Fiesc) divulgou na manhã desta quarta-feira (10) estudo inédito para mostrar os cenários para a economia do estado frente ao tarifaço de 50% dos Estados Unidos. Os resultados sinalizam perdas progressivas dependendo da queda de vendas para aquele mercado. No caso de recuo de 30% das exportações, SC terá perda de R$ 1,2 bilhão do Produto Interno Bruto (PIB) estadual e de quase 20 mil empregos em período de um a dois anos. Mas se o tarifaço seguir no longo prazo, as perdas serão de R$ 4,9 bilhões no PIB e 45 mil empregos. A Região Serrana, em todos os cenários, é a que mais vai perder, indica o estudo.
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– A FIESC lançou o programa desTarifaço, para apoiar a indústria exportadora afetada, com diversas iniciativas de nossas entidades. Uma das frentes é a produção de informações para a tomada de decisão pelas empresas, pelo poder público e pela própria federação – alerta o presidente da Fiesc Gilberto Seleme.
O estudo confirma o que a entidade já havia antecipado, que os impactos do tarifaço serão diferentes em cada região e a mais afetada seria a Região Serrana. O economista-chefe Fiesc, Pablo Bittencourt, explica que isso ocorre porque são municípios com menos diversificação econômica e com empresas que têm alta exposição ao mercado dos EUA. Para a Região Serrana, os três cenários do estudo mostram a maior dificuldade em SC. O mais otimista é de queda de -0,53%, o intermediário é de -0,88% e o mais pessimista, de -1,22%.
– Mesmo no cenário mais otimista com que trabalhamos, estimamos queda de 0,53% no PIB da região Serrana, dada a menor diversificação industrial e a forte especialização na produção madeireira, majoritariamente destinada aos EUA – destaca Bittencourt, sobre o cenário no curto prazo, de um a dois anos.
De acordo com o estudo, a segunda mesorregião mais afetada seria a Norte, com redução de 0,30% do PIB num período de 1 a 2 anos. O economista explica que, embora tenha setores vulneráveis, é uma região com centros industriais mais diversificados, como Joinville e Jaraguá do Sul, que amortecem os impactos das exportações aos EUA. São Bento do Sul também tem indústrias diversificadas.
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A terceira região mais impactada será o Oeste do estado, com recuo de -0,25% do PIB. Na sequência viria a região do Vale do Itajaí com queda de -0,22% e depois a Região Sul, com retração de -0,17% do PIB. Essas perdas foram estimadas considerando um cenário de um a dois anos de redução de exportações aos Estados Unidos.
Mas, segundo o estudo, a Grande Florianópolis também será impactada negativamente. Pelo estudo, entre um e dois anos a região não deve ter queda no PIB, mas a situação ficará mais grave no longo prazo, dois a quatro anos depois. Ela perderá -0,99% do PIB em função do efeito cascata nos setores de comércio e serviços.
Além disso, a nota técnica da Fiesc também considerou cenários piores de consequências severas, com redução de exportações em 50% aos Estados Unidos em até dois anos e, também queda das exportações de 70% nos curto e longo prazos.
Leia a íntegra do estudo.
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