Quando o presidente dos EUA, Donald Trump, deflagrou o início da guerra de tarifas de importação e o Brasil ficou com a taxação das mais baixa, de 10%, enquanto a da China recebeu a tarifa maior, de 145%, diversos setores da indústria catarinense vislumbraram que teriam mais oportunidades no mercado americano. A Federação das Indústrias do Estado (Fiesc) fez um estudo para identificar oportunidades e riscos, considerando essas tarifas iniciais.

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O estudo da Fiesc apurou que os maiores potenciais de aumento de exportações aos americanos são para os setores de equipamentos elétricos, máquinas e equipamentos, produtos têxtil, confecções e calçados. Esses são setores de SC com potencial para substituir produtos chineses, destacou o estudo liderado pelo economista Marcelo de Albuquerque.

Mas, em contrapartida, o estudo apurou também que o Brasil corre o risco de ter uma invasão de produtos chineses que pode totalizar US$ 7,46 bilhões. Desse total, US$ 1,33 bilhão pode entrar no mercado de Santa Catarina.

Os Estados Unidos são o principal destino das exportações de Santa Catarina, em especial de produtos industrializados. No ano passado, as vendas ao mercado americano somaram US$ 1,7 bilhão. Esse relacionamento e a proximidade dos mercados também são pontos favoráveis, avalia a Fiesc.

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Segundo o estudo, as exportações chinesas aos Estados Unidos desses itens similares feitos no estado somaram US$ 488 milhões em 2023.

– Entre os principais setores que poderiam ocupar o espaço deixado pela falta de competitividade de preços chineses dado o aumento de tarifas estão o de equipamentos elétricos, máquinas e equipamentos, têxtil, confecções e calçados e produtos de madeira, que representam uma parcela relevante da atual pauta de exportações do estado – destaca Marcelo de Albuquerque.

Risco de avanço chinês no Brasil

Como a China tinha nos Estados Unidos seu principal mercado de produtos industrializados, diversos setores industriais brasileiros temem invasão chinesa de produtos no país. Também considerando a tarifa inicial de 145%, a estimativa foi de que as vendas chinesas ao Brasil podem somar US$ 7,46 bilhões, 2,84% das importações atuais do país.

E o mais de US$ 1 bilhão que poderá entrar por Santa Catarina vindo da China será de produtos químicos e plásticos, equipamentos elétricos, produtos médicos, ópticos, brinquedos, máquinas e equipamentos, produtos têxteis, confecções, calçados e acessórios.

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Em 12 de maio, Estados Unidos e China fecharam um acordo de 90 dias com tarifas de 30% para a entrada de produtos chineses aos EUA e de 10% para o ingresso de produtos americanos na China. Apesar desse acordo, as incertezas no mercado global continuam em função da guerra tarifária embora com menores alíquotas. Existe uma convicção de que o mercado mundial mudou para sempre e por isso, todos buscam novas e mais estáveis oportunidades.

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