As tarifas maiores impostas aos Estados Unidos para quem vende ao seu mercado e, também, as incertezas sobre tarifas futuras estão inibindo negócios. Isso afeta todo o mundo, inclusive empresas de SC que exportam para aquele mercado. Em imersão realizada pela Academia Fiesc de Negócios nesta quinta-feira (22), executivos de indústrias catarinenses falaram sobre como esse cenário novo está afetando vendas.

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À frente da maior exportadora brasileira de portas de madeira para os Estados Unidos, o CEO da catarinense Rohden, Jorge Luís Rohden, disse que o ritmo de pedidos está caindo. Um dos motivos é a incerteza sobre tarifa futura porque o governo dos EUA ainda não terminou os estudos sobre como vai taxar o setor madeireiro.

Também estão impactando os gargalos logísticos do segundo semestre de 2024 e a normalização das viagens marítimas a partir de novembro. Essas mudanças resultaram em estoque maior agora nos EUA, o que inibe compras. A empresa conta com apoio do Observatório Fiesc para monitorar a movimentação desse mercado.  

Conforme Jorge Rohden, no ano passado, a empresa vendeu para os Estados Unidos 1.383 contêineres de portas, o que permitiu concluir que é a maior exportadora de portas do Brasil. O temor do setor é de uma alíquota de 25%. Por enquanto, segundo ele, a empresa está em constante contato com os principais clientes nos EUA.

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A Portobello, do setor de revestimentos cerâmicos, informa que vem registrando movimento lento em função das tarifas. O CEO da Portobello America, João Oliveira, informou para a Academia Fiesc que embora exista um movimento em busca de fornecedores locais nos EUA para substituir importações, o processo até a formalização de negócios é lento.

Ele disse que a empresa, que tem fábrica nos EUA, foi procurada para substituir produto que é importado da Espanha, mas o contrato não foi fechado ainda. Os EUA importam 70% dos revestimentos cerâmicos que consomem.

– A tendência de valorização e do aumento da produção interna nos EUA deve prevalecer no longo prazo. Já há um grande movimento de valorização dos produtos Made in USA, com a bandeira americana em lugar de grande destaque no marketing das empresas com fabricação local – destacou ele.

O setor de revestimentos cerâmicos enfrenta imposto de importação de 10% para vender nos EUA depois o tarifaço amenizado de Donald Trump. As autopeças também estão com alíquota de 10%. No caso de aço e alumínio, a tarifa é de 25%. Algumas empresas de SC do setor de autopeças ainda não sentem redução de vendas para o mercado americano, apesar da nova alíquota.

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Também nessa imersão para empresas de SC com maior atuação internacional, a Fiesc revelou um estudo da área de desenvolvimento industrial com possíveis cenários em função das novas tarifas dos EUA. Inclui provável destino de exportações chinesas, potencial de mercado e se essas vendas já estão acontecendo.

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