A cooperativa da Associação dos Trabalhadores Agroextrativistas da Ilha das Cinzas (ATAIC), na localidade remota Ilha das Cinzas, no arquipélago do Marajó, no Pará, inaugurou nesta segunda-feira unidade industrial de produtos da floresta. Isso foi possível porque os produtores locais que fornecem para a indústria de cosméticos Natura estão estreando novo sistema de tecnologia para uso de geração limpa de energia, desenvolvido pela gigante catarinense WEG.

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O novo sistema de geração off grid utiliza painéis solares para produção de energia à empresa e conta com o armazenamento do excedente em baterias (BESS – Battery Energy Storage System) que fornecerá energia à noite ou em momentos que não tem sol. Essa solução reduz de forma significativa a necessidade de usar o gerador a diesel, que utiliza combustível fóssil. Assim, esse gerador será usado somente em momentos emergenciais quando os outros dois sistemas não puderem suprir.  

Essa nova solução energética vai permitir que a ATAIC processe industrialmente e venda óleos e manteigas, avançando fase que antes se limitava a extração de sementes e amêndoas. A indústria de cosméticos Natura é a compradora dos insumos e, com essa industrialização, o valor da produção das famílias deve subir 60%.  

Veja mais imagens sobre o projeto da ATAIC com a WEG e a Natura na Amazônia:

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Esse é um dos projetos impulsionados no Brasil para desenvolver a Amazônia mantendo a floresta em pé. É um dos destaques que o país quer apresentar ao mundo durante a COP30, em novembro, que será em Belém.

– A inauguração da agroindústria operada com energia solar concretiza nossa estratégia de impulsionar negócios, de menor impacto ambiental, alinhados às metas de zerar emissões líquidas de carbono até 2030 e de transformar toda a operação da Natura em regenerativa até 2050. É também uma maneira de fortalecer nosso plano de industrialização sustentável na Amazônia e reconhecer o protagonismo das comunidades tradicionais na conservação da floresta em pé – afirma Angela Pinhati, diretora de Sustentabilidade da Natura.

A união de duas grandes multinacionais brasileiras nesse projeto na Amazônia mostra a importância de grandes grupos se envolverem no desenvolvimento da bioeconomia no país. Esse é um caminho para expandir o emprego e a renda nessas regiões que são remotas e também para dar oportunidade a uma maior oferta de produtos feitos sem impacto negativo ao meio ambiente.

– A implementação deste sistema fotovoltaico na Ilha das Cinzas reafirma o nosso compromisso com a sustentabilidade. Com esta iniciativa, a WEG demonstra, na prática, como suas soluções contribuem para a transição energética, oferecendo um modelo replicável para outras regiões da Amazônia e comunidades isoladas. Além disso, gerar valor agregado e promover o desenvolvimento da comunidade local tornam esse trabalho ainda mais especial para nós – destaca Daniel Godinho, diretor de Sustentabilidade e Relações Institucionais da WEG.

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Nesse projeto, coube à Natura apoiar institucionalmente a estruturação da agroindústria, atuando na articulação entre parceiros e oferecendo suporte técnico e operacional. A WEG forneceu o sistema fotovoltaico com armazenamento de energia e gerador, enquanto a instalação da infraestrutura foi realizada em conjunto com a empresa W-Energy, que também fez trabalho voluntário.

A cooperativa ATAIC fornece para a Natura insumos de murumuru, ucuuba e patauá. Para o presidente da associação, Francisco Malheiros, esse novo investimento vai fortalecer a economia local, o empoderamento de mulheres e ser referência para outros projetos semelhantes no Brasil.

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