A Granja Faria, multinacional com matriz na pequena cidade de Lauro Müller, Sul de Santa Catarina, se prepara para fazer IPO (oferta inicial de ações na sigla em inglês) em bolsa dos Estados Unidos. A informação é do portal do jornal Valor Econômico, ao destacar que um sindicato de bancos já trabalha para estruturar a oferta, incluindo o BTG Pactual, JP Morgan, Morgan Stanleu, Bank of America, Itaú BBA e Santander.

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Ainda segundo uma fonte do Valor, o plano seria lançar a oferta no segundo semestre deste ano, mas ainda vai depender da conclusão de fusões e aquisições para fortalecer a empresa nesse momento de venda de ações. O último grande negócio foi a aquisição do controle acionário do Grupo Hevo, da Espanha. Esse investimento foi por meio da holding Global Egg, que concentra os negócios da empresa no exterior.

Fundada e presidida pelo empresário Ricardo Faria, a Granja Faria produz no Brasil uma média de 16 milhões de ovos por dia e alcançou a liderança nacional por meio de aquisições.

Embora realize exportações, onde obtém cerca de 15% da receita, principalmente com ovos férteis, a Granja Faria enfrenta barreiras comerciais, que são apresentadas como barreiras sanitárias, para vender em grandes mercados, que pagam mais.

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Um exemplo é o mercado dos Estados Unidos, onde os preços dos ovos estão caros em função de gripe aviária não controlada nos últimos anos. Mas o produto brasileiro não pode entrar nos mercados americano e europeu por falta de acordo sanitário. Atualmente, uma dúzia de ovos nos EUA está custando cerca de US$ 12 (cerca de R$ 70,00) e um grande fornecedor externo é a Turquia, país que integra a União Europeia.

No Brasil, o ovo também ficou caro este mês. Mas as razões são diferentes. Os produtores apontam problemas climáticos, isto é, o calor extremo que reduziu a produção das galinhas e, também a alta do preço do milho.

Mas a Granja Faria está de olho no médio e longo prazo, com atenção aos diversos mercados no Brasil e exterior. Assim, com capital aberto em bolsa no mercado americano e unidade produtiva na Europa, poderá participar com mais facilidade no gigantesco mercado dos Estados Unidos. Porém, o ideal seria que autoridades brasileiras conseguissem negociar a abertura desses mercados para os ovos produzidos no Brasil.

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