Em vigor desde o dia 06 de agosto, o tarifaço dos Estados Unidos teve impacto diferente para a maioria das empresas exportadoras no primeiro mês e seguirá assim nos próximos meses, dependendo da resistência e parceiros de cada negócio. De acordo com o 1º vice-presidente da Federação das Indústrias de SC (Fiesc), André Odebrecht, que participou da missão da CNI aos EUA, em muitos casos, exportadores e importadores estão dividindo o noto custo da tarifa temporariamente: a exportadora do Brasil absorve cerca de 50% da tarifa e a importadora dos EUA assume a outra parte.
Continua depois da publicidade
– É claro que nem todas as empresas estão podendo fazer isso. Quem pode, junto com a sua contratante dos EUA, está tentando fazer. Obviamente, que isso tem limites. As empresas sabem que não poderão fazer isso por período longo. Em algum momento temos que voltar ao normal, e o normal é a redução das tarifas. Sem isso, a situação ficará muito difícil – explica André Odebrecht.
Como representante da Fiesc na missão da CNI, o industrial teve diversos contatos com empresários americanos e concluiu que a proximidade com os clientes de lá é fundamental para pressionar por acordos visando redução do tarifaço e, também, para fazer mais negócios.
Além do representante da Fiesc, líderes de multinacionais fortes em SC, afetadas pelo tarifaço, também compareceram na maioria das reuniões em Washington. Participaram executivos da WEG, Nidec (Embraco), Portobello e Mohawk Industries (Eliane).
Essas quatro indústrias têm fábricas nos Estados Unidos, cadeias produtivas interligadas e poderiam ter um tratamento diferenciado, a exemplo do que conseguiu a Embraer. A WEG e a Portobello têm fábricas nos EUA; a Mohawk, que adquiriu a Eliane, é americana; e a Nidec (Embraco) é japonesa, mas com diversas fábricas nos EUA.
Continua depois da publicidade
Diversas empresas estão buscando negociações para ter tratamento diferenciado nesse tarifaço, a exemplo da Embraer. A integração das economias de SC e dos EUA é ampla e diversa. Em evento realizado em 2024 na Fiesc, a Amcham Brasil – Câmara Americana de Comércio para o Brasil informou que mais de 150 empresas americanas têm atividades em Santa Catarina, com participação relevantes nos setores de tecnologia, automotivo e saúde.
Entre as empresas que integram essa ampla lista estão a Whirlpool, GM, IBM, WestRock (Rigesa) e doTerra. Em 2023, Santa Catarina foi o segundo estado brasileiro que mais recebeu investimentos de empresas dos Estados Unidos, US$ 319 milhões, só atrás de São Paulo.
Leia também
Dono das redes Fort Atacadista e Comper prevê 16 novas lojas este ano, maior número em SC
Missão da indústria aos EUA abre oportunidades para acordos futuros, avalia Fiesc
Indústrias de SC que entram no clube das centenárias este ano serão homenageadas
Empresas formam novo clube das bilionárias de tecnologia em SC; saiba quais
Iates de luxo de marca de SC estarão pela primeira vez em festival náutico europeu
 
				 
                                    