Quando o imigrante alemão Carl Christian Renaux inaugurou na cidade de Brusque uma fábrica com 20 teares manuais em 27 de abril de 1925, ele não imaginava que nascia aí uma indústria de tecidos que conseguiria se moldar à moda e, assim, superar desafios históricos até entrar agora no seleto grupo das centenárias empresas catarinenses. A empresa que nasceu como Indústrias Têxteis Renaux S.A., braço da Fábrica de Tecidos Carlos Renaux, criada em 1892, se reinventou sempre, ganhou a marca RenauxView e hoje faz moda para o presente com os olhos no futuro.
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Num país como o Brasil, onde a maioria das empresas encerra atividades em até cinco anos, a RenauxView conseguiu lugar entre as poucas “feitas para durar” e seguir protagonistas. Desde o começo foi com foco em diferenciação e alta qualidade. Foi assim com os primeiros tecidos, decorativos, que fizeram a diferença no Palácio Cruz e Souza, então sede do governo de Santa Catarina.
Entre as razões da longevidade estiveram os investimentos, desde o início, em saber fazer com qualidade. A empresa investiu em fiação própria e estamparia automatizada. Também sempre dedicou atenção especial aos trabalhadores. Nos anos de 1950, criou uma escola interna para ensino técnico têxtil e até num açougue em que vendia carne subsidiada para a equipe fugir dos altos preços do produto.
Entre os desafios históricos enfrentados pela empresa, um foi não ter chefe dos países do “Eixo” durante a Segunda Guerra Mundial, o que exigiu da empresa nomear novos gestores. Nos anos de 1990, a abertura do mercado inundou o Brasil de produtos chineses baratos. Teve também falta de algodão e a desvalorização cambial que quebrou várias empresas que importavam esse insumo da África.
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Na virada do século, com nova direção, a empresa deixou o mercado de tecidos mais gerais, com menores preços e focou na produção diferenciada, com base nas tendências de moda global. Passou a fazer tecidos exclusivos para marcas.
O passo seguinte, em 2006, sob a gestão dos atuais controladores, os empresários Armando Hess de Souza e Márcio Bertoldi, o caminho foi por uma decisão mais impactante. A empresa mudou a marca para RenauxView e passou a focar ainda mais o mundo da moda exclusiva.
O trabalho atual é concentrado principalmente no desenvolvimento de coleções próprias e tecidos exclusivos para grandes marcas de moda do Brasil. Faz tecidos com fio tinto, estampados, lisos e Jacquard. A produção prioriza tecnologia, qualidade e sustentabilidade.
Hoje, a empresa desenvolve coleções próprias e tecidos exclusivos para algumas das principais marcas de moda do Brasil, atua em quatro linhas de produtos – fio tinto, estampado, lisos – e Jacquard e mantém uma produção apoiada em tecnologia, sustentabilidade e identidade de marca.
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– A comemoração dos 100 anos, marcada para 27 de abril de 2025, será mais do que um evento institucional: será a celebração de uma empresa que soube crescer com raízes e resistir com estratégia — sem jamais perder o fio da sua origem – afirma o presidente da companhia, Armando Hess.
Um exemplo global da valorização do ‘fio da origem’ foi a trajetória de um dos colaboradores, o Walter Orthmann, que entrou na empresa aos 15 anos, em 1938, e seguiu nela por 86 anos, o que colocou ele no Guinness World Records como o funcionário mais longevo em uma mesma empresa. Ele, que atuou a maior parte desse período como executivo de vendas, faleceu em 2024 poucos meses após parar de trabalhar.
– Sua trajetória é um espelho da longevidade da RenauxView, não como exceção, mas como resultado de uma cultura organizacional consistente e duradoura – destaca Armando Hess sobre Walter Orthmann.
A RenauxView é uma indústria que soube enfrentar diversas fases da globalização e mostrou resiliência para seguir se reinventando. A empresa mostra que está alinhada com o futuro, que segue para ela com desafios tecnológicos, mas com a segurança de que, com criatividade, é possível não ficar fora da moda.
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