Enfim, uma boa notícia. Dados dos últimos seis dias indicam um início de estabilização da pandemia de coronavírus em Blumenau. Procura por testes, novos casos, pacientes em tratamento e até internações em UTI pararam de crescer ou tiveram redução desde a quarta-feira (29) passada.

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Porém, não há garantia de que a cidade tenha alcançado o pico, ou platô, na evolução da Covid-19. Há dúvidas sobre as causas da desaceleração e, principalmente, se os números de fato apontam para uma tendência duradoura. 

Com 63 mortes confirmadas pelo município, 100% das vagas de UTI reservadas para a doença ocupadas, assim como oito “leitos de guerra”, ninguém deve considerar a batalha vencida. Em abril, após a quarentena, Blumenau e Santa Catarina acreditaram estar livres do coronavírus. Um erro que custou caro.

— Isso pode mudar rapidamente se as pessoas acreditarem que está tudo resolvido e que o coronavírus passou. Os cuidados têm que ser mantidos — enfatizou o secretário de Saúde Winnetou Krambeck na live de terça à noite.

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Para o prefeito Mário Hildebrandt, as medidas restritivas implementadas em julho são as responsáveis pela mudança de cenário. O transporte coletivo está parado desde o dia 14 e, entre os dias 21 e 27, comércio não essencial e restaurantes tiveram de fechar as portas. Estima-se que os efeitos de medidas de isolamento levem cerca de 15 dias para aparecer nos gráficos.

Ponto de atenção para a próxima semana é o fato de que, desde o dia 28 de julho, estabelecimentos comerciais, bares e restaurantes puderam reabrir as portas, mesmo que com horário reduzido. A saber que impacto terá a flexibilização sobre a evolução da pandemia.

Na avaliação do infectologista Amaury Mielle Filho, outras duas razões podem ajudar a explicar a desaceleração do coronavírus em Blumenau. Mortes em sequência e UTIs lotadas estimulariam um comportamento mais cauteloso do blumenauense. E ainda há a hipótese de que a alta contaminação dos últimos meses tenha despertado os primeiros “benefícios” da chamada imunidade de rebanho.

> Acesse o Painel do Coronavírus com os dados detalhados de Santa Catarina.

Como são menos de 10 mil casos confirmados até o momento, mesmo que houvesse uma subnotificação de três ou quatro vezes, cerca de 10% dos 357 mil moradores de Blumenau estariam, em tese, imunes ao coronavírus. Não se deve ignorar os demais 90% ainda vulneráveis à contaminação.

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Os números

O dado que demonstra com maior clareza um início de estabilidade da curva é o de casos ativos. O número de blumenauenses em tratamento (2.489) é o menor desde 21 de julho. O pico foi no dia 29, com 3.140.

Houve aumento no número de recuperados e redução na descoberta de casos novos. Na média móvel dos últimos sete dias a suavização da curva fica evidente.

Testagem

É verdade que essa aparente estabilização veio acompanhada de uma redução no número de testes. Nos últimos seis dias, foram testados 700 blumenauenses a menos que no período entre 23 e 28 de julho: 3.292 contra 3.992. 

Segundo a Secretaria Municipal de Saúde, isso se dá devido à menor procura por atendimento nos ambulatórios dos bairros e na Vila Germânica. Essa mesma tendência pôde ser observada, especialmente neste início de semana, em laboratórios privados.

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* Colaborou Augusto Ittner

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