A julgar pelo que se vê nas ruas, parece que a pandemia de coronavírus deixou de ser uma ameaça à vida em Santa Catarina. Excetuando-se educação, cultura e esporte, que permanecem com algumas restrições por força de decreto, o “novo normal” está cada vez mais parecido com a vida normal.

Continua depois da publicidade

> Receba notícias de Blumenau e região direto no Whatsapp. É só clicar aqui.

Quem precisou circular por um centro urbano do Estado na última semana deve ter percebido. O número de pessoas usando máscaras diminuiu na mesma proporção que os casos de coronavírus. Entre as que mantêm o hábito, é um festival de narizes e bocas de fora. Raras são as que obedecem à etiqueta exigida para que a proteção funcione (parcialmente) — quantos dos seus colegas de trabalho trocam a máscara durante o expediente?

Em bares e restaurantes, há um relaxamento nítido no número de pessoas reunidas em mesas e no rigor com clientes que circulam pelos ambientes sem máscara. Em estabelecimentos comerciais e repartições públicas com maior movimento, empresários e trabalhadores enxugam gelo na tentativa de evitar aglomerações.

A descrição é provavelmente injusta com exceções no trato da pandemia, que certamente há, mas o comportamento geral preocupa. Santa Catarina conseguiu abafar a transmissão do coronavírus desde o fim de julho, mas não existe qualquer garantia de que a situação seja definitiva.

Continua depois da publicidade

A pandemia de Covid-19 pode acabar de duas maneiras: pela vacinação em massa da população — o que só deve ocorrer em meados de 2021 — ou pelo atingimento da imunidade de rebanho. Se a aparente estabilidade do coronavírus em Santa Catarina for consequência do alto número de pessoas já contaminadas, a irresponsabilidade coletiva de agora terá poucas consequências.

Agora, não sendo este o caso, os catarinenses precisam estar cientes de que o comportamento atual pode arruinar a próxima temporada de verão.