Poucas coisas funcionam com maior celeridade em Blumenau do que a denominação de obras públicas. Basta alguma autoridade anunciar um plano de construção e pimba: surge o projeto de lei na Câmara de Vereadores para batizar a obra futura.
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Na semana passada, uma praça que ainda não existe recebeu sugestão oficial de nome. A Praça do Remador, que assim será chamada se o projeto do vereador Sylvio Zimmermann (PSDB) for aprovado, é um espaço de 950 metros quadrados de asfalto, calçadas e canteiros, entre o início da Beira-Rio e a Rua XV de Novembro. Ele ficará livre do tráfego de veículos depois de aberta a Ponte Ruy Eduardo Willecke — sim, a ponte que começou a ser construída também já tem nome.
O vereador pretende homenagear o Clube Náutico América, que completa 100 anos em outubro, e sonha com um monumento em bronze no local. A prefeitura ainda não sabe se o espaço realmente será ocupado por uma praça. No projeto da ponte em obras, há uma calçada larga prevista ali.
Se a Praça do Remador não virar realidade, estará longe de ser o primeiro caso de nome sem obra em Blumenau. Há projetos que nunca saíram do papel e outros que, de tão atrasados, gerariam desgosto ao homenageado. A lista abaixo conta com a colaboração dos colegas Pedro Machado e Bianca Bertoli.
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Pontes do Centro
Acácio Bernardes foi um advogado criminalista muito conhecido e que morreu num acidente de carro, em 1996. Sete anos depois, a Câmara de Vereadores resolveu dar o nome dele a uma ponte que seria construída entre a Beira-Rio e a Ponta Aguda. Só que 10 anos mais tarde, o prefeito Napoleão Bernardes — filho de Acácio — pôs o projeto de lado e priorizou a chamada Ponte Norte-Sul. Que virou briga judicial e também não saiu do papel.
Agora, a duplicação de uma ponte já existente (e nominada), a Adolfo Konder, é vista como meio termo entre os dois projetos.
Terminais de ônibus
Os terminais urbanos do Água Verde e das Itoupavas ainda não estão prontos, mas têm nome desde 2017: Walter Daniel Becker e Ricardo Hertel. No caso do Água Verde, as obras pararam após um pedido de aditivo contratual por parte da empreiteira responsável. O terminal da região Norte está pronto, mas ainda não foi inaugurado.
Parque das Itoupavas
O Parque das Itoupavas está inacabado, mas recebeu nome oficial em 2015, ano em que o contrato com a empresa responsável foi assinado. Ele homenageará o empresário Alcantaro Corrêa, que presidiu a Federação das Indústrias de Santa Catarina (Fiesc). Falecido em 2014, Alcantaro era um crítico ferrenho da ineficiência na administração pública.
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A obra saiu mais cara e demorou bem mais que o previsto. Além disso, coincidiu com a duplicação do Complexo da Mafisa, na BR-470, que impediu a abertura ao público. Depois de inaugurados os viadutos, a prefeitura havia prometido concluir tudo até agosto. Assim que isso ocorrer, o plano é entregar a gestão do espaço à iniciativa privada.
Centro de Inovação
Adelina Hess de Souza, fundadora da Dudalina, é a homenageada na obra do Centro de Inovação de Blumenau. O trabalho está em andamento, mas também atrasou por causa da burocracia.
Outros casos
No bairro Bom Retiro, desde 2014 há um pequeno espaço público denominado Praça Osni Amaro de Souza, mas não existe praça lá. Na Itoupava Norte, um terreno gramado e arborizado pertencente ao município foi batizado de Praça Eugen Pawlowsky. Fora o nome, não se tem notícia de investimento no terreno.
Você lembra de outros nomes sem obra em Blumenau?