Parece impossível nos dias de hoje, mas de vez em quando até acontece. Em Blumenau, uma pauta com potenciais desdobramentos políticos está conseguindo a façanha de unir a direita e a esquerda em torno do mesmo alvo: o contrato de concessão do sistema de esgoto e um aditivo concedido à BRK Ambiental, concessionária responsável pelo serviço.
Continua depois da publicidade
Receba notícias de Blumenau e região por WhatsApp
Nessa história, o primeiro movimento partiu da esquerda. Em abril, o vereador Jean Volpato (PT) entrou com uma ação popular na Justiça pedindo a suspensão de um aumento de 10,72% sobre a tarifa, conforme um aditivo contratual assinado em março deste ano entre Samae e BRK. Município e empresa alegaram nos autos que o processo teria motivação política. O juiz ainda analisa o caso.
Na última sexta-feira (9), os vereadores Diego Nasato e Bruno Win, do Novo, protocolaram na Câmara um requerimento para a instalação de uma comissão parlamentar de inquérito (CPI), com o objetivo de investigar o assunto. Pelas redes sociais, os parlamentares sustentaram que um “parecer contundente” da OAB teria apontado irregularidades na concessão do esgoto.
O parecer citado pela dupla havia se tornado público um dia antes, quando o conselho de entidades – que, além da OAB, engloba Acib, CDL, Ampe e Somar – enviou carta ao prefeito Egidio Ferrari (PL) pedindo a suspensão do aditivo e outras ações relacionadas ao serviço – leia a íntegra do documento aqui.
Continua depois da publicidade
A cobrança de empresários, advogados e da maçonaria é um indício de que o assunto ganhou proporções maiores nos bastidores do poder. Quando parte influente do PIB local e partidos e vereadores com diferentes visões sobre gestão pública convergem na mesma direção, cai por terra o argumento de mera oposição por oposição.
Esclarecimentos precisam ser dados pelo atual governo de Ferrari, que assinou o aditivo, e pelo anterior de Mário Hildebrandt (PL), que participou do início do processo de revisão tarifária. Entre ofícios e alterações contratuais, uma CPI pode ajudar a jogar luz na pauta. O prazo para que os vereadores digam se têm interesse em referendar a investigação já está aberto.
Leia também
Experiência da Hering leva gigante da moda a concentrar produção de malhas em SC
Novas imagens revelam como será o maior prédio comercial já construído em Blumenau
Premiada marca de queijos de SC vai abrir primeira loja de rua