A venda para a multinacional americana Kraft Heinz representa uma oportunidade para a Hemmer crescer e conquistar novos mercados, avalia Christian Luef, presidente da companhia. O executivo conversou com a coluna na tarde desta quinta-feira (23), poucas horas depois do anúncio que colocou Blumenau no mapa mundial do mercado de alimentos.
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Por se tratar de uma operação em que a maior parte das informações são sigilosas e que ainda depende da aprovação de órgãos reguladores como o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), as partes agem com cautela ao comentá-la. Luef, no entanto, diz que a sinergia entre as companhias e as oportunidades que se abrem a partir do momento em que a Hemmer passa a integrar um conglomerado internacional pesaram na decisão dos acionistas pela venda:
— Eles (a Kraft Heinz) enxergaram a Hemmer como um pilar de crescimento — avalia.
Aos que acham que Blumenau perderá uma empresa centenária ou que temem que beterrabas, pepinos e mostardas vão mudar de sabor, Luef tranquiliza: tudo permanece igual – ao menos por enquanto. Além da manutenção do portfólio, a família continuará no comando da marca e a produção seguirá na cidade, onde uma fábrica de 20 mil metros quadrados no bairro Badenfurt emprega cerca de 700 funcionários.
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— A gente continua administrando o negócio e os investimentos seguem normalmente — diz o executivo.
Entre os investimentos previstos está a expansão da produção. A Hemmer comprou um terreno de cerca de 50 mil metros quadrados vizinho às atuais instalações. O parque fabril já está pequeno e é preciso mais espaço para crescer, mas os planos para a área ainda estão sendo definidos. Por estar ao lado da BR-470, em duplicação, o local é considerado logisticamente estratégico para abastecer mercados da região Sul.
Negócios complementares
O presidente da Kraft Heinz no Brasil, Fernando Rosa, disse à Revista Exame que as empresas já estavam conversando e que “este era o momento certo para ambas partes, as duas companhias estão crescendo dois dígitos e têm negócios bastante complementares”.
A multinacional, que tem faturamento global de US$ 26 bilhões, conta com funcionários em mais de 40 países. No Brasil, atua principalmente com as marcas Heinz, concorrente da Hemmer na linha de maionese, mostarda e catchup, e a Quero, que além de molhos comercializa alguns legumes embutidos.
A aquisição da marca blumenauense permitirá um incremento no portfólio da Kraft Heinz principalmente de conservas. Para a multinacional, é uma oportunidade para avançar no mercado da região Sul, onde a Hemmer está mais consolidada. Já a empresa de Blumenau pode se aproveitar da “musculatura de distribuição relevante do Sudeste para cima” da Kraft Heinz, acrescentou Rosa à Exame.
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Presente em 20 mil pontos de venda no Brasil, a Hemmer apurou receita operacional líquida de R$ 374,4 milhões em 2020. No primeiro semestre deste ano, o crescimento nas vendas foi de 20%, segundo a empresa.
Aliás
Este não é o primeiro movimento da Kraft Heinz relacionado a Blumenau. A marca Heinz patrocinou as duas últimas edições da Oktoberfest, em 2018 e 2019.
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