Um problema de saúde virou a senha para que um filho de agricultores de Santa Catarina criasse um negócio que começou acanhado, com investimento inicial de R$ 588, e evoluiu para uma fábrica de alimentos saudáveis que já distribui produtos para todo o Brasil e planeja encerrar 2025 com faturamento superior a R$ 50 milhões. O surgimento da Vitalin, em Jaraguá do Sul, é uma das tantas histórias em que a necessidade acaba se tornando um empreendimento promissor.
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Por trás da empresa está Rogério Manske, que descobriu logo cedo que tinha intolerância à lactose. Mas não foi exatamente um diagnóstico médico. Sem muita informação sobre o assunto na época, ele usava o tempo livre entre os estudos e o trabalho no campo para ir até a biblioteca pública da cidade em busca de referências. Com o tempo, acabou se usando como “cobaia” para tentar identificar a origem do problema.
— Comecei por conta própria a tirar alguns alimentos da minha dieta — lembra o empresário.
A pouca oferta de alimentos para esse público fez ele enxergar uma oportunidade. Em 1998, Manske leu uma notícia sobre um tipo de cogumelo com propriedades medicinais. Pagou, então, R$ 588 por um lote da matéria-prima para cultivar a primeira leva do produto na garagem da casa dos pais. Naquele mesmo ano, conheceu a mulher que se tornaria sua esposa. Ela trabalhava com exportação e ajudou a viabilizar amostras ao exterior. Logo surgiram clientes em países como Estados Unidos e Japão.
A demanda aumentou, o cultivo próprio já não era mais suficiente e Manske tentou incentivar outros produtores. Uma praga, no entanto, afetou a produção e forçou a Vitalin a reinventar o negócio. A empresa então passou a importar sementes e grãos, como quinoa e linhaça dourada, um embrião do que é a operação hoje em dia – os cogumelos ficaram pelo caminho.
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Hoje a linha da empresa tem grãos, sementes, farinhas, biscoitos, cereais matinais, cookies, brownies e misturas para bolos sem glúten – os celíacos também viraram grandes consumidores da marca. A aposta mais recente é em produtos de padaria. No fim de 2024, a Vitalin consolidou um investimento de R$ 5 milhões para acrescentar mais 2,5 mil metros quadrados à fábrica, praticamente dobrando o parque fabril e abrindo espaço para uma nova linha de pães de forma.
— O celíaco e o intolerante à lactose querem comer bem como qualquer outra pessoa. Lançamos produtos para que esse consumidor tenha uma alimentação mais normal possível, do café da manhã à janta — diz Manske.
Com uma rede de representantes e 40 parceiros distribuidores que ajudam a levar a marca para todo o país, a Vitalin chegou a crescer em média mais de 30% ao ano. Para 2025, Manske estima vendas na casa dos R$ 54 milhões, o que representaria uma alta de 25%. A ampliação da fábrica, que emprega pouco mais de 100 funcionários, já foi projetada para uma capacidade de produção maior do que a atual, que chega a até 800 mil unidades de produtos por mês.
— Com esse investimento, temos capacidade ociosa. Já projetamos a empresa com máquinas, processos e produtos para dobrar de tamanho. É um mercado (o de produtos naturais) que cresce muito, mas ainda é pequeno — avalia empresário.
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