O Grupo Atlantis, que atua com serviços de abastecimento de água, tratamento de esgoto e manutenção urbana em diversas cidades de Santa Catarina, entrou em recuperação judicial. O pedido de proteção contra credores foi deferido na segunda-feira (17) pela juíza Aline Mendes de Godoy, da Vara Regional de Falências e Recuperações Judiciais e Extrajudiciais da Comarca de Florianópolis.

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A recuperação judicial envolve três empresas – Atlantis Saneamento, Sanitary Serviços de Conservação e Limpeza e ATL Serviços Administrativos –, que somam aproximadamente 700 funcionários. Na petição inicial, o grupo informa ter dívidas sujeitas ao processo de R$ 20,1 milhões, a maior parte com instituições financeiras. O passivo total, no entanto, é maior e chega a R$ 53,6 milhões.

Alguns dos principais clientes do grupo são penitenciárias e prefeituras, atendidas por meio de licitação. Atualmente, a lista tem cidades como Palhoça, Tubarão, Navegantes, Penha, Ilhota e Luiz Alves, entre outras. Mas já incluiu outros municípios de peso, como Florianópolis e Balneário Camboriú, além de clientes da iniciativa privada.

Ao recorrer à Justiça, o grupo informou que a situação financeira começou a se agravar em 2019 após a pandemia de Covid-19. Na época, alega, houve “drástica redução” na realização de licitações devido às restrições sanitárias e à crise orçamentária de várias cidades. Naquele mesmo ano, a companhia foi multada em R$ 9 milhões pela Receita Federal, após uma auditoria.

Esses fatores, somados a prejuízos tomados com rescisões de contratos, teriam dificultado a manutenção das operações e a geração de novas receitas, acrescentou o grupo no documento enviado ao juízo. Uma reformulação na diretoria também se mostrou mal sucedida.

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“A condução inadequada da nova gestão não apenas falhou em atenuar os desafios enfrentados, como, também, acelerou o colapso financeiro e operacional, com gastos expressivos desnecessários”, acrescenta a petição inicial.

Ao deferir o pedido, a juíza determinou que órgãos públicos se abstenham de exigir a apresentação de certidão negativa de débito (CND) e de desclassificarem as empresas do Grupo Atlantis em processos de licitação pelo fato de estarem em recuperação judicial. Também cobrou que a companhia apresente em até 60 dias um plano de reestruturação dos negócios.

O advogado Pedro Cascaes Neto representa o grupo neste caso. À coluna, ele disse que acredita no sucesso da recuperação judicial porque o Atlantis tem receitas recorrentes e longa trajetória no mercado, inclusive em curva de crescimento.

— É uma empresa que a solidez no mercado é tamanha que serve de referência para outras empresas que prestam o mesmo serviço — destaca.

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