Com presença marcante nos lares de todo Brasil, a Bombril protocolou na Justiça de São Paulo, nesta segunda-feira (10), um pedido de recuperação judicial, que ainda vai ser deliberado. A empresa informou, na petição inicial, ter dívidas de R$ 332,8 milhões. Mas é uma questão tributária maior que fez a companhia solicitar proteção contra credores.

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Em fato relevante divulgado ao mercado, a Bombril informou ter “contingências tributárias relevantes”, relacionadas a autuações da Receita Federal por suposta falta de recolhimento de tributos em operações de aquisição de títulos de dívidas estrangeiras entre 1998 e 2011. Neste período, a empresa era controlada pelo grupo empresarial italiano Cragnotti & Partners.

Essas autuações, discutidas em processos judiciais, envolvem um valor total agregado de cerca de R$ 2,3 bilhões. O risco de perda nesses processos deixaria a Bombril sujeita a “riscos considerados elevados”, ligados à capacidade de adimplência, descontinuidade de relações comerciais e vencimento antecipado de dívidas.

Ainda segundo o fato relevante, a recuperação judicial foi a saída encontrada para conduzir “de forma organizada” a adequação da estrutura de endividamento e manter a normalidade operacional das atividades.

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“Tal medida está em linha com os esforços de gestão do passivo da Bombril, que vêm sendo feitos nos últimos anos, e de recuperação da lucratividade de suas atividades, o que garantiu, nos últimos trimestres, a obtenção de resultados contábeis positivos”, cita o documento.

A Bombril é uma das mais tradicionais fabricantes de produtos de limpeza no Brasil, conhecida pela inconfundível marca homônima da esponja de aço. A empresa tem três fábricas – São Bernardo do Campo (SP), Sete Lagoas (MG) e Abreu e Lima (PE) –, quase 3 mil funcionários e estima que está presente nas casas de mais de 90% das famílias brasileiras, além de atingir consumidores de outros 16 países nas Américas, África, Ásia e Oceania.

A marca ficou conhecida também pelos icônicos comerciais de televisão protagonizados pelo ator Carlos Moreno, que deu vida ao “Garoto Bombril” em cerca de 400 aparições – um recorde, inclusive, reconhecido pelo Guinness World Record.