Pouco mais de um ano depois do anúncio da fusão das suas empresas que deu origem à Azzas 2154, concebida para ser o maior grupo de moda do Brasil, sócios da Arezzo e da Soma consideram uma cisão dos negócios. Principais gestores da companhia, Alexandre Birman e Roberto Jatahy já têm assessores financeiro e legal para estudar um caminho alternativo, informou o Pipeline, site de negócios do Valor Econômico, o primeiro a noticiar um possível divórcio entre as partes.
Neste cenário, a Hering seria um dos principais pontos de discussão sobre “guarda futura”, segundo informações do próprio Pipeline e do jornal O Globo, que também apurou o caso com fontes internas. Antes da fusão, a empresa blumenauense pertencia ao Grupo Soma. Mas a Arezzo, que havia perdido a concorrência pela centenária companhia justamente para a agora sócia, tem interesse em ficar com a marca. Birman gosta do know-how industrial da Hering e já confidenciou a interlocutores, em passagens por Blumenau, planos para ela.
Entre os possíveis entraves do rompimento estão a forma como isso aconteceria – se um compra a parte do outro –, a divisão de marcas do portfólio – são mais de 30, que somam 2 mil lojas – e a precificação da Hering. A Soma comprou a companhia blumenauense por R$ 5,1 bilhões, mas hoje a Azzas 2154, incluindo Arezzo, Soma e Hering, tem um valor de mercado menor do que isso – encolheu de R$ 10 bilhões para R$ 4,4 bilhões ao final da última semana, observou O Globo. As ações da companhia inclusive chegaram a cair na Bolsa após os rumores do suposto litígio entre os sócios.
O alinhamento entre Birman e Jatahy já era tido como um desafio para fazer a fusão dar certo, segundo fontes ouvidas pelas reportagens. Ambos têm personalidades e estilos de gestão distintos e propensos a eventuais conflitos. Mas havia a disposição de relevar divergências a fim de tornar a nova companhia uma potência da moda na América Latina. Os últimos meses, porém, revelaram incompatibilidades: um quer investir mais e acelerar em marketing e o outro vê a companhia inchada e precisando enxugar, segundo o Pipeline.
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Procurado, a Azzas 2154 informou que não comenta rumores de mercado e que segue focado na execução das suas diretrizes estratégicas.
Além da Hering: relembre grandes empresas de Blumenau que foram vendidas
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A Artex foi incorporada nos anos 2000 pela Coteminas (Foto: Reprodução)
A Mega Transformadores foi comprada em 2000 pela multinacional sueco-suíça ABB (Foto: Reprodução)
A Eisenbahn foi comprada em 2008 pelo Grupo Schincariol. Depois, foi negociada com a japonesa Kirin até ser adquirida pela Heineken (Foto: Divulgação)
Em 2008 a francesa Areva, fornecedora de equipamentos de energia, comprou a Waltec, que mais tarde passaria a integrar a Schneider Electric (Foto: Patrick Rodrigues, BD)
Em 2010 a Wheb Sistemas, fabricante de softwares de gestão de saúde, foi comprada pela multinacional Philips (Foto: Patrick Rodrigues, BD)
A Dudalina foi vendida em 2013 para fundos americanos e um ano depois acabou comprada pela Restoque, hoje Veste S.A (Foto: Patrick Rodrigues, NSC Total, BD)
Desde setembro de 2016 a Bermo, fabricante de válvulas e equipamentos industriais, faz parte do Grupo ARI Armaturen, da Alemanha (Foto: Divulgação)
A Baumgarten não foi vendida, mas em 2016 anunciou uma fusão com duas empresas alemãs que deu origem à All4Labels (Foto: Divulgação)
Em 2017, a CM Hospitalar, dona do Grupo Mafra (atual Viveo), anunciou a compra da Cremer (Foto: Luís Carlos Kriewall Filho, Especial, BD)
Desenvolvedora de softwares de gestão logística, a HBSIS foi comprada em 2019 pela cervejaria Ambev (Foto: Divulgação)
Em março de 2021, a Viveo comprou o Grupo FW, fabricante de lenços umedecidos e dona da marca Feel Clean (Foto: Patrick Rodrigues, NSC Total, BD)
Em 2021 a Cia. Hering aceitou uma proposta de compra do Grupo Soma (Foto: Patrick Rodrigues, NSC Total, BD)
Em 2021 a Hemmer foi comprada pela multinacional Kraft Heinz (Foto: Artur Moser, NSC Total, BD)
A Unimestre, que desenvolvia sistemas de gestão educacional, foi comprada em outubro de 2021 pela Plataforma A+ (Foto: Divulgação)
Em 2021 a fintech PagueVeloz aceitou uma proposta de compra feita pela Serasa (Foto: Pedro Machado, NSC Total, BD)
A agência de marketing digital A7B foi comprada em 2021 pela Adtail, empresa gaúcha do mesmo ramo (Foto: Divulgação)
Em 2021, o Laboratório Hemos foi comprado pelo Grupo Sabin, uma das principais empresas de medicina diagnóstica do Brasil (Foto: Divulgação)
Em 2021, a startup Velo foi comprada pela QuintoAndar, plataforma de moradia (Foto: Reprodução)
Em dezembro de 2021, a marca Sulfabril foi arrematada em leilão pela companhia têxtil catarinense Lunelli (Foto: Lucas Amorelli, BD)
A Movidesk, que oferece soluções tecnológicas de atendimento e suporte a clientes, foi comprada em dezembro de 2021 pela companhia gaúcha Zenvia (Foto: Divulgação)
Em 2021, a fabricante de etiquetas, tags e acessórios de moda Tecnoblu foi comprada pela canadense CCL Industries (Foto: Divulgação)