Sob nova liderança após mais uma reviravolta na Justiça, a Teka aguarda a conclusão do período de transição administrativa, a partir da extinção da gestão judicial provisória, para propor novas medidas de reestruturação. Para a tradicional fabricante de artigos de cama, mesa e banho de Blumenau, isso deve incluir um novo plano de recuperação judicial ou então algum aditivo à proposta já existente.

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O fundo de investimentos Alumni, que graças a um acordo entre acionistas conquistou o controle majoritário da companhia e agora dá as cartas no negócio, sinaliza a injeção de R$ 100 milhões na operação. O recurso, apurou a coluna, deve ser usado para abastecer o fluxo de caixa e promover melhorias no parque fabril.

A entrada deste capital, no entanto, deve estar condicionada a este novo plano, que por sua vez depende do aval da Justiça, já que a empresa está em recuperação judicial.

Como é a fábrica da Teka em Blumenau

Internamente, a Teka montou, no início do ano, um comitê de reestruturação e transição, logo após o novo conselho de administração eleger novos diretores – que até então não vinham exercendo as funções na prática porque a gestão judicial provisória se sobressaía na condução dos negócios.

Membro deste comitê, o consultor Angelo Guerra Netto diz que o objetivo é preservar a operação e ampliar os empregos. Hoje a Teka tem cerca de mil funcionários em Blumenau, mas ainda com espaço para crescer, avalia ele, graças à qualidade do parque industrial e das pessoas que fazem parte da empresa.

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— A Teka tem, por todo o seu histórico e competência, a possibilidade de ampliar o seu faturamento e resultado — acredita.

Apesar do alto passivo, a Alumni enxerga alternativas para a Teka. Só a dívida tributária, que nas contas do fundo chega a R$ 1,5 bilhão, poderia ser consideravelmente reduzida para algo em torno de R$ 250 milhões com alternativas previstas na legislação e com créditos tributários federais detidos pela empresa, alega Netto.

Essas possibilidades, aliadas à experiência industrial da Teka e à posição da empresa no mercado, com geração de resultados mesmo em meio a todas as turbulências recentes, chamaram a atenção da Alumni, que enxergou uma oportunidade. O fundo tem experiência na reestruturação de ativos, com presença em vários mercados do Brasil e atuação em casos no agronegócio e em outros setores.

Os próximos passos da Teka, porém, estão meio que amarrados e dependem principalmente de uma nova auditoria, que deve fazer um pente fino, pelo menos, dos últimos cinco anos da companhia. Não há prazo para que esse levantamento fique pronto.

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Número 1

O novo diretor-presidente da Teka, após a decisão que extinguiu a gestão judicial provisória, é Rogerio Aparecido Marques, chancelado pela Alumni. O executivo, segundo Netto, tem experiência nas áreas de negociação, integração de pessoas e foco e controle de resultados. Marques tem passagens por empresas multinacionais, como a Ambev.

Administração judicial

Após a publicação desta notícia, o advogado Pedro Cascaes Neto fez contato com a coluna para reforçar que, mesmo com a mudança na gestão, permanece à frente da administração judicial da Teka. Ele diz ainda que, no período de gestão judicial provisória, a empresa preservou mais de 2 mil empregos nas cidades de Blumenau, onde fica a matriz, e Artur Nogueira (SP) e que cresceu quase 20% no segundo semestre de 2024 e 18% nos primeiros cinco meses de 2025.

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