Nos últimos sete anos, a Brandili, uma das principais fabricantes de moda infantil de Santa Catarina, desembolsou R$ 150 milhões para modernizar o parque fabril em Apiúna. O generoso aporte incluiu, entre outras medidas, a compra de maquinário de última geração com tecnologia europeia e a robotização da área de expedição. Agora, a empresa se prepara para capitalizar todo esse investimento no varejo.
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O plano para a linha de frente abrange o aumento dos canais de venda, uma aposta mais robusta no e-commerce e até mesmo a implantação de uma rede própria de franquias. Para comandar esta nova fase, a companhia recrutou há menos de dois meses o executivo Rafael Boettner, profissional com mais de 30 anos de experiência na área e passagens por grandes varejistas, como Almeida Junior, Salfer, Colombo, Milium, Calcenter (dona da Studio Z) e Paquetá.
Foi uma reviravolta inesperada até mesmo para ele. Depois de uma temporada atuando no Rio Grande do Sul, Boettner voltou para Santa Catarina no início de 2025 para assumir uma diretoria, justamente a de varejo, na Karsten. O planejamento era que ele liderasse a expansão da operação de comércio eletrônico e das lojas físicas da centenária companhia de cama, mesa e banho.
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A passagem pela Karsten, no entanto, foi curta. Neste intervalo de poucos meses, surgiu o convite da Brandili. Boettner viu, como diz o ditado popular, o cavalo passar encilhado. Além de se identificar com o projeto apresentado, ele vislumbrou a possibilidade de dar um salto na carreira assumindo a posição de CEO de uma grande indústria.
O executivo está animado com o novo desafio. Caminhando pelas instalações da Brandili em Apiúna, ele reforçou mais de uma vez que poucas vezes viu uma indústria têxtil com o mesmo nível de tecnologia e automação. A planta tem 60 mil metros quadrados de área construída e é equipada com teares alemães e uma impressora digital que custou R$ 15 milhões. A capacidade anual de produção é de 15 milhões de peças.
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Complementam a estrutura fabril outras duas unidades, em Rodeio (malharia) e Otacílio Costa (costura). Ao todo, são cerca de 1,1 mil funcionários. É com esta equipe que a Brandili quer dar um novo salto no varejo físico, hoje concentrado na presença em canais multimarcas e a duas lojas próprias – uma anexa à matriz, em Apiúna, e outra junto ao centro administrativo, que fica em um prédio às margens da Via Expressa m Blumenau.
Segundo Boettner, a ideia é abrir pelo menos 10 franquias entre 2026 e 2027. O foco da expansão será nas regiões Sul e Sudeste. Um dos trunfos da Brandili para ganhar mais mercado é a linha de peças que estampam personagens que fazem a alegria da garotada, como o Homem Aranha e os da franquia Toy Story. A empresa é licenciada por gigantes como Disney e Marvel.
— Essa empresa vai conhecer bem o cliente de cada região e isso vai gerar muito valor. A moda infantil tem um mercado potencial de R$ 60 bilhões no Brasil — projeta o executivo.
O avanço também inclui uma diversificação do mix de produtos. No ano passado, a Brandili, que já tinha duas marcas infantis (Brandili e Mundi), lançou uma marca adulta, a Essendi, que não chega a ser uma novidade – a empresa já havia trabalhado com este público-alvo na década de 1980. Boettner explica a estratégia do movimento: a nova grife acompanha o crescimento do primeiro “cliente” da empresa, a criança, e também vira uma opção de compra para os pais nas lojas.
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A Brandili faturou R$ 340 milhões em 2024 e projeta alcançar R$ 380 milhões neste ano. Para 2026, já com os novos movimentos, mira bater os R$ 450 milhões.
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