Santa Catarina tem cidades que querem fazer turismo e obtém os frutos dessa atividade. Entretanto, temos também cidades com alto potencial turístico, mas que o turista é visto como um inimigo, como um ser invasor que chega para atrapalhar a rotina do município. E não é difícil entender as causas disso.
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Pomerode, no Vale do Itajaí, foi eleita a segunda cidade mais acolhedora da região Sul, no Traveller Review Awards, premiação organizada por um grande portal de reservas de acomodações em viagens. No Estado, a Guarda do Embaú e a Praia do Rosa também apareceram na lista dos pontos turísticos com mais hospitalidade. E nada é por acaso.
Cidades que recebem bem o turista são cidades que querem o turismo, que se prepararam para isso com capacitação e organização. É uma coletividade que sabe a importância da atividade como meio necessário para gerar emprego e renda. São padarias, pousadas, hotéis, motoristas, seguranças cafés, fornecedores, enfim, pessoas do mundo real do trabalho. Essa conscientização coletiva se dá quando são percebidos os ganhos para todos com o negócio turismo.
Quando as lojas e restaurantes são ampliados, novos empreendimentos aportam na cidade e criam mais empregos. Essa movimentação econômica resulta em aumento na arrecadação. Os tributos, em tese, voltam ao cidadão em creches de qualidade, vagas para todos, infraestrutura viária e bons serviços de saúde e educação.
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O leitor pode questionar que, mesmo assim, isso não ocorre. Seria importante conferir, então, os indicadores educacionais nas cidades onde o turismo vai bem. Há, sim, resultado e relação de causa e efeito. Se não é o esperado pela população, cabe a cobrança pelo eleitor e dos órgãos de controle.
Mas qual a razão de cidades como Florianópolis não terem esse sentimento de que o turismo pode ser bom para todos?
Primeiro porque vivemos na Ilha da Magia, a Ilha da fantasia onde se concentram os órgãos públicos e seus servidores com a estabilidade garantida. Tudo é mais difícil e a resistência é maior.
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Segundo, porque nunca houve um planejamento, um ordenamento do que queremos para a cidade e quais os eixos de desenvolvimento e crescimento. O turismo precisa primeiro ser bom para o morador para ser bom ao visitante. O morador precisa perceber isso.
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Claro que querer fazer turismo não pode ser um salvo conduto para fazer o que quiser. Se de um lado Florianópolis há mais de dez anos não tem um novo grande produto turístico, é preciso que tenhamos regras claras, bem definidas e um planejamento estratégico para onde queremos chegar.
Pomerode já chegou.
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