Não há nenhuma surpresa na declaração do presidente do Athletico Paranaense, Mario Celso Petraglia, quando disse que Santa Catarina não tem nenhuma representatividade no cenário nacional do futebol. Irritou-nos, claro, mas não há como tirar-lhe a razão. A declaração do dirigente foi dentro de um contexto, onde analisou o futebol brasileiro, para dizer que ninguém tem hoje a estrutura e o projeto em andamento para o futuro garantido do time paranaense. Referia-se a tudo: estádio, centro de treinamento, quadro associativo e o futebol.

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E disse em uma hora em que o time está muito bem no Campeonato Brasileiro. Todos nós sabemos e conhecemos um pouco da prepotência e até arrogância do mandatário atleticano, que se julga superior a todo mundo. Tem o direito de ser como temos o direito de discordar a forma como normalmente vem a público.

Petraglia analisou o futebol brasileiro e quando chegou no Sul passou por cima de Santa Catarina dizendo que “Não vou analisar, porque não tem representatividade nacional”. Ao pé da letra, ele mentiu? A luz da realidade do futebol não. Não podemos nem avançar no assunto, falta-nos realmente consistência, firmação no futebol brasileiro. Ele nem foi muito além da observação, e nem precisava mesmo.

Não aproveitamos nem o momento em que tivemos quatro clubes na Série A. Voltamos no ano seguinte para ocupar apenas um lugarzinho na elite, com sérias preocupações de perdê-lo. A cada ano a mesma coisa. Somos um dos candidatos ao rebaixamento. O próprio torcedor se encarrega de dizer: “Time tal subiu? Ano que bem está de volta à Série B”.

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> Roberto Alves: “Cartada decisiva para os times de SC no Brasileiro”

Neste momento, vivemos a preocupação de sempre: zona de rebaixamento. Temos três clubes na Série B e não há esperança de acesso deles. Campanhas irregulares e resultados que não dão esperança. Na Série C, o Figueirense dá sinais de que deve entrar entre os oito classificados para os quadrangulares de acesso. E daí, passa? Outra dúvida.

Concluímos então que nos falta representatividade no cenário do futebol nacional.

Dificuldades de sempre

Através do nosso representante na Série A, o Avaí, largamos bem. E a cada rodada vamos perdendo força. Não há sustentação na campanha. Qual é a razão? Precisaríamos de um seminário para detectar os problemas. A montagem de um elenco não é fácil. Precisa de visão na formação, adaptação ao trabalho do técnico que comandará o grupo, investimento alto, participação do quadro associativo (com o torcedor se associando) e uma gestão muito profissional. Temos alguns itens. Falta-nos o recurso financeiro e, em alguns casos, a visão para as contratações que são feitas de acordo com os recursos disponíveis.

Orgulho sem resultado

Todos os nossos clubes têm um rótulo na chapada dos estádios. A maior torcida do Estado, a mais fanática, a mais fiel, o time de Santa Catarina, enfim, nada contra. Vou direto ao Criciúma, uma cidade que gosta do futebol, que tem hoje o Tigre tentando voltar a Série A, uma torcida fantástica, um estádio realmente majestoso, dinheiro nunca foi problema e um time que não passa esperança. 

O exemplo do Vasco confirma. A preocupação no Criciúma era escancarar que o recorde de público no Estado nesta temporada seria quebrado. Questão de ego. O resultado ficou em segundo plano, sob a velha alegação: se perder, será para o Vasco, um dos gigantes do futebol brasileiro. Tudo bem. Desse jeito, quando é que vamos ter representatividade no futebol nacional?

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O Novorizontino-SP ignorou o Vasco e quebrou a invencibilidade. O público é importante, sim. Não mais que o resultado.

Você sabia?

Poucos sabem que temos em SC uma federação que comanda o esporte escolar. E com grande apoio a projetos que garante o desenvolvimento esportivo nas escolas. Saiba mais no programa “Giro Total” deste domingo, dia 17, na CBN Floripa, com a entrevista do presidente da entidade, Antônio Paulo Fernandes.

Triste realidade

Saul Oliveira, um dos maiores desportistas de Santa Catarina, tem o nome homenageado no Ginásio de Capoeiras, na Capital. Pois o ginásio parece que vive um abandono triste. Depois que a Cimed o utilizou para os jogos de vôlei em competições nacionais, o equipamento está jogado sem a devida manutenção.

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Ginásio Saul Oliviera, no bairro Capoeiras, em Florianópolis (Foto: Arquivo Pessoal)

O ginásio pertence ao Estado, mas a concessão está para o município de Florianópolis até 2027. O IPTU também foi direcionado para o município. E a manutenção de quem será? Telhas caindo, buracos no teto colocam em perigo os que utilizarem o ginásio.

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Giro Total

> Campeão:

Bom saber que o basquete de Brusque está de novo conquistando troféu. A recente vitória diante de Blumenau, na Taça FCB, com o cestinha Lucas Brito, restabelece a história da modalidade na cidade.

> Sacada:

Joinville está de volta ao vôlei profissional. Após 10 anos de ausência, a recém-criada Associação de Vôlei Norte Catarinense (Joinville Vôlei) traz Giovane Gávio como gestor. A equipe disputará a Superliga C e terá ainda núcleos de escolinhas e projeto social na cidade.

> Fim de semana:

O Santos não terá Pelé, mas é a instituição poderosa e das mais famosas no mundo. O Avaí não terá Saul Oliveira, nem Amorim e tão pouco Fernando Bastos, mas tem a gigantesca e fiel torcida neste sábado, dia 16, na Ressacada. 

> E o Figueirense?

Tem Wilson no gol para garantir o resultado. O adversário está desfalcado do Dr. Socrates, então dá para ganhar.

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