Brusque e Camboriú fizeram a final do Campeonato Catarinense deste ano. Nenhum dos dois faz parte do grupo seleto do futebol catarinense. E os cinco chamados grandes onde estavam? Que lição eles podem e devem tirar do Estadual de 2022, onde ficaram muito abaixo do que devem? Qual é o segredo dos finalistas? A distância dá para dizer que Brusque e Camboriú, e podemos incluir o Hercílio Luz e Concórdia, não precisaram de quantias, nem folhas mensais volumosas para montar as equipes.

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Valeram-se do conhecimento, do olhar clínico, da visão do departamento de futebol. As folhas de pagamentos dos elencos pouco ultrapassaram a R$ 400 mil, alguns nem chegaram a R$ 200 mil. Neste caso, ficou claro que saber montar um time competitivo com alguma qualidade é mais importante do que ter dinheiro e não aplicá-lo de forma correta.

Os finalistas do Estadual, Brusque e Camboriú, podem ser exemplos para o futuro. Pouco dinheiro, times bons. Basta ter profissionais que saibam montar as equipes. O campeonato mal começou e o Avaí largou como franco favorito, em razão de ter subido para a Série A do Brasileiro. Foi uma decepção.

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O Figueirense foi um pouco mais além. Porém, sem a convicção de que poderia ter sucesso. Imagine não classificar entre os oito primeiros em um campeonato com 12 clubes. Essa era a grande preocupação. Chapecoense e Joinville, muito abaixo da sua história, e o Criciúma nem sequer participou.

O futebol catarinense está tomando novos rumos. A tradição e a história estão dando lugar à competência. Há muito que não se ganha mais pelo nome. O Brusque perdeu Thiago Alagoano e Edu. Foi buscar Diego Jardel e Alex Sandro. De sobra, tinha o grande comandante do título Rodolfo Potiguar, além de Zé Matheus, Fernandinho, Diego Jardel, entre outros.

O Camboriú montou um time competitivo sob o comando de um jovem técnico de 29 anos e por detalhe não conquistou o título. Juliano, Balotelli, Emerson Martins, Wesley… Onde estavam esses jogadores que o futebol da Capital não viu?

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Meu personagem

Waguinho Dias tem 58 anos. Paulista de Sumaré, aportou em Santa Catarina trazido por Lauro Búrigo para integrar o time do Hercílio Luz, de Tubarão, como atleta. Waguinho passou por vários times do Estado deixando a marca dele. Búrigo me disse algumas vezes para olhar mais para Waguinho e costumava dizer: “Sabe muito. É esperto”. O técnico campeão e eleito o melhor do Estadual passou por alguns clubes do país, onde adquiriu a experiência necessária para evoluir o trabalho.

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No início do Estadual ele disse na NSC TV: “Trinta anos do último título é muita coisa. Vai ser este ano”. E foi. Pulso firme, experiência, conhecimento, carisma, formador de bons grupos, Waguinho Dias mereceu este título mais do que ninguém.

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Desmanche

Por falta de um calendário nacional o Camboriú desmanchou a comissão técnica e deve perder alguns jogadores. O novo projeto é o Caxias (RS). O técnico Luan Carlos levou consigo auxiliar técnico, preparador físico e de goleiros e alguns jogadores para tentar por lá o mesmo êxito que conseguiu aqui. Recuperar o Caxias é a meta. O trabalho começa na Série D do Brasileiro. Devolvê-lo ao cenário nacional é o grande objetivo. Para isso, veio buscar a competência e qualidade mostradas pelo Camboriú.

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A Seleção

Cinco jogadores do Brusque e mais cinco do Camboriú fizeram a seleção do Estadual. E os gigantes? Nada. E o craque do campeonato? Rodolfo Potiguar. A revelação? Marcelinho, do Concórdia. Nenhum jogador dos chamados grandes do futebol catarinense. Oberdan, do Figueirense, foi o que esteve mais próximo e por não ter atuado nas finais ficou de fora.

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Cara nova

Jogadores conhecidos, contratações que não deram certo, mudança de administração e a tentativa de uma cara nova ao clube. No Estadual o Avaí foi uma decepção. O clube busca uma nova identidade administrativa e as primeiras rodadas da Série A já vão nos mostrar um time diferente. Isso vai acontecer não só no campo, também administrativamente com ações mais rígidas, diminuição de despesas, gente saindo, outras chegando. Vai mudar bastante.

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O Leão estreia no domingo, às 19h, contra o América-MG, que está mais preocupado com a Libertadores no momento. Oremos.

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Giro Total

Rolo grande:

O Avaí encaminhou mal a divulgação dos novos preços dos ingressos para os jogos da Série A. Dividiu em dois grupos. Jogo grande um preço, e que preço. Jogo menor, terá ingresso mais barato, dependendo do que se considera barato. A repercussão foi muito negativa. O Avaí não preparou o torcedor, que mais uma vez ficou de lado.

Craque:

Gosto de votar em jogador de meio-campo. Habilidoso, pensador, toque refinado e muita qualidade. Desta vez votei diferente. Rodolfo Potiguar foi o grande xerife do Brusque.

O melhor:

Salvo alguns momentos de indecisão Ramon Abatti Abel foi o melhor árbitro do campeonato.

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Vida que segue:

Final de semana começa o Brasileiro. Pela Série B, o Brusque jogou sexta-feira contra o Guarani-SP, a Chapecoense enfrenta o Ituano no sábado à tarde e Criciúma joga dia 14. O Figueirense estreia domingo contra Volta Redonda, fora de casa, pela Série C.

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