Mesmo em prisão domiciliar, Jair Bolsonaro (PL) tem articulado com aliados do Partido Liberal possíveis alternativas para uma candidatura da direita à Presidência nas eleições de 2026. O ex-presidente foi condenado a 27 anos e três meses de prisão no processo da Trama Golpista, o que pode afastá-lo das urnas até cerca de 2060 pela Lei da Ficha Limpa.

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Em 2023, Bolsonaro foi declarado inelegível até 2030 por abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação em uma reunião com embaixadores estrangeiros em que ele atacou o sistema eleitoral, sem provas. A situação se agravou a partir de sua condenação, em setembro deste ano, por tentativa de golpe de Estado.

Isso porque a Lei da Ficha Limpa prevê que aquele que for condenado por órgão colegiado, como o STF, ficará inelegível por 8 anos após o cumprimento da pena. Como Bolsonaro foi condenado a 27 anos e três meses de prisão, esse prazo se encerraria em 2060, caso a pena seja cumprida de forma integral e a legislação não mude até lá.

Dessa forma, com as eleições presidenciais cada vez mais próximas, as decisões sobre os rumos para o próximo ano têm sido pauta frequente entre os aliados e amigos que visitam Bolsonaro na prisão domiciliar, onde cumpre pena desde 4 de agosto.

Um dos cenários possíveis especulados pela direita seria de uma chapa com o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), como cabeça de chapa e a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro (PL) como vice. A junção entre as duas figuras traria grandes chances de vitória, segundo pesquisas.

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Contudo, a opção não tem sido bem vista por uma figura importante no meio de Bolsonaro: o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) desaprova a ideia, segundo a colunista Bela Megale, do jornal O Globo.

O filho 03, que está nos Estados Unidos desde fevereiro, atuando para que autoridades brasileiras sejam sancionadas e defendendo uma anistia que beneficie o ex-presidente, diz que pretende concorrer ao Palácio do Planalto.

Ainda de acordo com a coluna, Eduardo abriria mão da candidatura somente para os irmãos, Flávio e Carlos. Porém os dois têm como foco o Senado. Ele vê Tarcísio como um representante da “direita permitida”, e não gostaria de um nome de fora da família para disputar o cargo. Já Michelle, mesmo que seja esposa do pai, não seria para ele um nome que representa a família Bolsonaro.

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