O início da vacinação contra a Covid-19 em Santa Catarina e no restante do Brasil deve ser feito com dois imunizantes desenvolvidos no Exterior e produzidos em parceria com institutos brasileiros: a CoronaVac, da chinesa Sinovac em parceria com o Instituto Butantan, e a vacina do laboratório britânico AstraZeneca com a universidade de Oxford em parceria com a Fiocruz.

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Segundo as informações repassadas pelo ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, a prefeitos do Brasil inteiro em uma reunião nesta quinta-feira (14), 8 milhões de doses devem ser distribuídas aos estados a partir da semana que vem, com início da vacinação previsto para o dia 20. O lote deve ter 6 milhões de doses da CoronaVac e 2 milhões da AstraZeneca. 

Os dois imunizantes já tiveram os resultados apresentados à Anvisa e aguardam a autorização do órgão para uso no Brasil. Veja o histórico e as diferenças entre cada vacina:

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AstraZeneca

Origem

Desenvolvida pelo laboratório AstraZeneca em parceria com a Universidade de Oxford, a vacina tem o nome oficial de ChAdOx1 nCoV-19. No Brasil, um acordo de transferência de tecnologia possibilitou testes da vacina e a fabricação dela por parte da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), no Rio de Janeiro.

> Por dentro de um laboratório de produção de vacina

Eficácia

A eficácia geral divulgada pelo laboratório foi de 70%, no entanto, os estudos da vacina tiveram problemas durante a fase de testes e apresentaram resultados diferentes. O laboratório admitiu um erro na administração das doses, o que fez um dos grupos participantes receber uma dose inteira e outra pela metade, ao invés de duas doses do imunizante. Por isso, os resultados variaram entre 62% e 90%. De qualquer forma, a vacina apresenta eficácia geral acima dos 50% exigidos pela Anvisa. Serão necessárias duas doses para a imunização da população.

Tecnologia

A vacina da AstraZeneca utiliza uma técnica nova, chamada de “vetor viral não replicante”. A tecnologia consiste em usar um outro vírus já conhecido como vetor para introduzir genes do coronavírus nas células. Nesse caso, o laboratório utilizou um adenovírus que infecta chimpanzés. O vírus foi alterado geneticamente para não se multiplicar e partes do coronavírus foram adicionadas a ele, o que faz o corpo humano produzir anticorpos ao ter contato com esse vetor. É a mesma tecnologia usada, por exemplo, nas vacinas Sputnik V e da Janssen/Johnson & Johnson.

Armazenamento

A vacina tem a vantagem de poder ser mantida em geladeiras comuns, em temperatura entre 2°C e 8°C.

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> Monitor da vacina: veja o avanço da vacinação contra Covid-19 em SC

Situação na Anvisa

A Fiocruz fez o pedido de uso emergencial da vacina à Anvisa no último dia 8. A autorização tornaria possível a vacinação em grupos de risco como idosos, indígenas e profissionais da saúde. Inicialmente, o pedido é válido para o uso de 2 milhões de doses que serão trazidas da Índia, e não dos imunizantes fabricados no Brasil.

Onde está sendo usada

Por enquanto, a Inglaterra é o único país do mundo utilizando a vacina da AstraZeneca. Após começar o programa de vacinação em dezembro com o imunizante da Pfizer, o país passou também a usar a vacina de Oxford no dia 4 de janeiro.

> Como funciona uma vacina?

CoronaVac

Origem

Desenvolvida pela farmacêutica chinesa Sinovac, a CoronaVac é produzida no Brasil pelo Instituto Butantan, em São Paulo. Foi a primeira vacina apresentada oficialmente no Brasil, pelo governo de São Paulo. Segundo o Butantan, a expectativa é poder produzir 1 milhão de doses do imunizante por dia.

CoronaVac é produzida no Brasil pelo Instituto Butantan
Desenvolvida pela farmacêutica chinesa Sinovac, a CoronaVac é produzida no Brasil pelo Instituto Butantan (Foto: Diorgenes Pandini)

Eficácia

A eficácia geral apresentada pelo Butantan para a CoronaVac nos testes brasileiros foi de 50,38%. Esse número variou nos outros países onde o imunizante foi testado, o que gerou atrasos na divulgação oficial dos números. O valor é suficiente para a aprovação da Anvisa. Embora pareça menor em relação às outras vacinas, a eficácia da CoronaVac é elogiada por especialistas pelo resultado na redução de casos graves de Covid-19. O número de 50,38% envolve os pacientes que tomaram a vacina e tiveram casos muito leves, quase assintomáticos, da doença. Para os casos leves, em que não há necessidade de internação, a eficácia da vacina é de 78%, enquanto para casos graves e mortes a eficácia apresentada é de 100%.

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> Tire as dúvidas que ainda restam sobre a vacina da Covid-19

Tecnologia

A CoronaVac utiliza o método de “vírus inativado”, um dos processos mais reconhecidos e seguros na produção de vacinas, utilizado por exemplo na vacina contra a gripe e contra a hepatite A. A técnica consiste em “matar” o vírus que entra na formulação, portanto, ele não pode se replicar e causar a doença quando entra no nosso organismo, mas a presença dele estimula reações do sistema de defesa, que passa a criar anticorpos.

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Armazenamento

A vacina também tem a vantagem de poder ser armazenada em geladeiras comuns, em temperatura entre 2°C e 8°C.

Situação na Anvisa

Assim como a vacina da AstraZeneca, o pedido de autorização emergencial da CoronaVac foi feito pelo Butantan à Anvisa no dia 8 de janeiro. Nesta quinta (14), a Anvisa confirmou que já recebeu toda a documentação necessária, mas pediu mais informações ao Butantan. Existe uma expectativa de que a aprovação ocorra até domingo (17).

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Onde está sendo usada

Em regime emergencial, a CoronaVac está sendo aplicada na China desde o início de dezembro. Nesta quarta-feira (12), o imunizante começou a ser aplicado na Indonésia, e nesta quinta (14), na Turquia, em programas inicialmente para os idosos e profissionais de saúde, com duas doses da vacina.

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