
Outubro Rosa
Dados do INCA apontam que as regiões Sul e Sudeste são as mais afetadas pela doença, reforçando a importância da prevenção
O câncer de mama é o mais frequente entre mulheres no mundo. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), este tipo de câncer representou 11,7% de todos os diagnósticos em 2020, e com isso, superou o câncer de pulmão, que até então era o mais comum. No Brasil, de acordo com o Instituto Nacional do Câncer (INCA), estima-se que até o final deste ano 66.280 diagnósticos da doença sejam feitos.
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As taxas de incidência mais altas de câncer de mama estão nas regiões Sul e Sudeste. Santa Catarina tem a segunda taxa mais alta do país - atrás apenas do Rio de Janeiro - com a estimativa de 93,05 casos para cada 100 mil mulheres. O número é considerado alto quando comparado com a média nacional, que é de 61,61 casos entre cada 100 mil brasileiras - com base na taxa bruta.
Conforme apuração do Sistema de Informação de Mortalidade (SIM), 660 mulheres morreram vítimas do câncer de mama em Santa Catarina durante o ano passado. Em 2021, números contabilizados até o fim de setembro apontam que 429 óbitos pela doença já foram registrados. Com o objetivo de reduzir estes índices e fortalecer o tratamento precoce, o mês de outubro é marcado anualmente por campanhas de prevenção e conscientização.
O Outubro Rosa, que também inclui ações de prevenção ao câncer de colo de útero, mobiliza profissionais e instituições de saúde ao redor do mundo. Segundo dados da Sociedade Brasileira de Mastologia, a identificação precoce do câncer de mama apresenta chance de cura de até 95%.
De acordo com a médica especialista em radiologia e diagnóstico por imagem da Clínica Imagem, Aline Bianchini, as campanhas de conscientização encorajam mais mulheres a realizar os exames
— As ações são de extrema importância para conscientização e informação às mulheres sobre a importância do rastreamento e detecção precoce do câncer de mama. Dados demonstram um aumento dos exames de mamografia neste mês, o que evidencia o impacto dessas ações — afirma a especialista.
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Segundo Aline, as evidências médicas mostram que o diagnóstico precoce diminui o número de mortes e também reduz a necessidade de tratamentos mais agressivos em tumores menores. A mortalidade relacionada à doença reduz entre 30% a 50% entre as mulheres que são rastreadas com a mamografia.
Diversos métodos são capazes de detectar o câncer de mama e contribuir para o diagnóstico da doença. Entre eles, estão o autoexame, a avaliação clínica das mamas, mamografia, tomossíntese (mamografia 3D), ultrassom e ressonância magnética. A especialista explica que a mamografia digital ou a tomossíntese são os principais métodos por já haver consistente comprovação científica de redução da mortalidade relacionada ao câncer.
De acordo com Aline, cerca de 20% dos casos acontecem em mulheres abaixo dos 50 anos. Por isso, a recomendação é que o rastreamento inicie, em geral, a partir dos 40 anos. No caso de mulheres com histórico familiar da doença, os riscos podem ser maiores e, portanto, as orientações sobre os exames necessários devem ser individualizadas.
— É importante relatar que cerca de 75% dos casos ocorrem em mulheres sem casos na família. Isso significa que todas as mulheres devem ser rastreadas precocemente a partir dos 40 anos e em intervalos regulares — orienta a médica.
A realização de exames para o câncer de mama foi impactada negativamente devido à pandemia da Covid-19. Dados do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS) indicam que mais de 800 mil mulheres deixaram de fazer os exames preventivos em 2020, ano em que a pandemia teve início no Brasil. Em Santa Catarina, houve uma redução de aproximadamente 44%,
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Aline Bianchini avalia que, com este número, pode haver uma perda de diagnóstico precoce em cerca de 4 mil casos, o que pode representar um aumento na mortalidade e na necessidade de tratamentos agressivos.
Para fortalecer a prevenção e o diagnóstico precoce, a Clínica Imagem atua em ações do Outubro Rosa. Entre eles, está a parceria com a Sociedade Catarinense de Mastologia para a realização de biópsias para as mulheres que apresentam alterações suspeitas e são atendidas pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
Esta é a segunda edição do projeto, intitulado Movimento Rosa. A ação é voltada para a população dos 18 municípios atendidos no Hospital Regional de São José. Além disso, a Clínica Imagem atua para fomentar as orientações a respeito da doença através de diversas plataformas - uma delas é a realização de palestras médicas corporativas, que devem atingir cerca de 6 mil mulheres.
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