O caso do apresentador Faustão, que passou recentemente por um retransplante renal e um transplante de fígado, após dois outros transplantes, chamou atenção no país devido ao estado de saúde dele. Em Santa Catarina, são 1.016 pessoas que também aguardam por um órgão, segundo dados do Sistema Nacional de Transplantes (SNT) do Ministério da Saúde.

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Caso Faustão: Médico classifica cenário de transplantes seguidos como “complexo e arriscado”

A maior parte dessas pessoas são homens, 561 dos pacientes (55%), contra 455 mulheres (45%). Entre os homens, a faixa etária que mais aguarda por um órgão é a de 50 a 64 anos (216 pessoas), seguida de 35 a 49 anos (181) e 18 a 34 anos (84).

O mesmo ocorre entre as mulheres, com maior parte das que aguardam pela doação de órgãos com 50 a 64 anos (159 mulheres), depois 35 a 49 anos (153) e 18 a 34 anos (78).

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O órgão que aparece em primeiro lugar na lista de espera é o rim, aguardado por 933 pessoas, seguido do fígado (50), e da modalidade de transplante pâncreas-rim (32). Nesse formato, geralmente usado para pacientes com insuficiência renal relacionada ao diabetes tipo 1, os dois órgãos são transplantados simultâneamente. Por fim, há uma pessoa que aguarda por um pâncreas no Estado.

No país, 46.684 pessoas aguardam por um transplante de órgão. O rim também lidera a lista, com 43.293 pessoas na fila. Já 2.296 pessoas esperam por um fígado, 447 por um coração, 386 por um transplante pâncreas-rim e 219 por um pulmão. Por fim, 36 pacientes aguardam por um pâncreas e 7 por um transplante multivisceral.

A maior parte (59%) das pessoas que aguardam por um transplante são homens, sendo 27.383 em todo o país, em comparação com 19.301 mulheres, equivalente a 41%. Da mesma forma que no patamar estadual, a faixa etária que mais aguarda por um órgão é a de 50 a 64 anos entre homens (10.855) e mulheres (7.026).

Santa Catarina é o 10º Estado com mais pessoas na lista de espera, liderada por São Paulo, onde 22.414 pessoas aguardam por uma doação.

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Confira a lista de espera de transplantes por estado

  • SP: 22.414 pessoas
  • MG: 4.164 pessoas
  • PR: 2.626 pessoas
  • BA: 2.532 pessoas
  • RJ: 2.488 pessoas
  • PE: 2.157 pessoas
  • CE: 1.920 pessoas
  • RS: 1.769 pessoas
  • ES: 1.145 pessoas
  • SC: 1.016 pessoas
  • DF: 1.000 pessoas
  • GO: 739 pessoas
  • PA: 651 pessoas
  • PI: 585 pessoas
  • RN: 361 pessoas
  • MA: 299 pessoas
  • PB: 271 pessoas
  • MS: 252 pessoas
  • AM: 160 pessoas
  • AC: 60 pessoas
  • AL: 41 pessoas
  • MT: 32 pessoas
  • RO: 1 pessoa
  • SE: 1 pessoa

A lista de espera por um transplante de córnea é separada, e tem 562 pessoas em Santa Catarina, sendo 292 homens e 270 mulheres. Já a nível nacional são 32.973 pessoas, com São Paulo liderando a lista (6.867) e as mulheres sendo maioria (56%) em comparação com os homens (44%).

O caso de Faustão

Faustão passou por um transplante de fígado na quarta-feira (6) combinado a um retransplante renal. Ele está internado desde o dia 21 de maio no Hospital Albert Einstein, em São Paulo, devido a uma infecção bacteriana aguda com sepse.

Segundo médicos, o procedimento de retransplante renal era aguardado há um ano, e foi realizado na quinta-feira (7) . O apresentador agora passa por um controle infeccioso e está em reabilitação clínica e nutricional para que o quadro de saúde se estabilize.

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Em janeiro, Faustão precisou ser internado no Hospital Albert Einstein, em São Paulo, também para tratar uma infecção. O apresentador já foi submetido a um transplante de coração, em agosto de 2023, e a outro de rim, em fevereiro de 2024.

No caso de Faustão, os órgãos transplantados (fígado e rim) vieram de um mesmo doador, o que pode aumentar as chances de compatibilidade. A Central de Transplantes de São Paulo acionou o hospital após a identificação de um doador compatível e a confirmação da viabilidade dos órgãos para o apresentador. Mais detalhes sobre o processo de transplante de Faustão não foram divulgados.

Como funciona a doação e a lista de espera

No Brasil, a distribuição de órgãos para transplante é regulada pelo Sistema Nacional de Transplantes (SNT), coordenado pelo Ministério da Saúde, e pelas Centrais Estaduais de Transplantes. A priorização dos pacientes segue critérios técnicos, como compatibilidade sanguínea e genética; gravidade do caso (pacientes em estado mais crítico podem ter prioridade); tempo de espera na fila; e proximidade geográfica (para evitar longos transportes que possam prejudicar o órgão).

Em Santa Catarina, a lista de espera é estadual, regulada pela SC Transplantes. Os critérios para receber um órgão doado são técnicos, e dependem do tipo de tecido e órgão a ser transplantado.

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Para transplantes de coração, por exemplo, o peso do doador tem influência, assim como o tipo sanguíneo. Já no caso do fígado, é feita uma equação matemática que considera a gravidade da doença hepática do receptor.

No caso de um transplante de rim, o critério é um sorteio genético: o doador é tipificado geneticamente e é feita uma busca de pessoas na fila de espera que são mais semelhantes geneticamente ao doador. A doação de córnea é a única feita em ordem cronológica, a não ser em algum caso de urgência.

Transplantes realizados

Neste ano, já foram realizados 330 transplantes no Estado, sendo 219 de rim, 91 de fígado, 10 pâncreas-rim, 5 de coração e 5 de pâncreas. A maior parte deles, 209 transplantes, foi feita em homens e 121 foram em mulheres. O Estado foi o sétimo que mais realizou transplantes no país.

Os dados também mostram os números de transplante de córnea, sendo 397 ao todo neste ano, 224 em homens e 173 em mulheres.

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