A Secretaria de Estado da Infraestrutura e Mobilidade está estudando cinco rotas para implantação do transporte marítimo na Grande Florianópolis, em parceria com o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). A análise inclui as travessias entre Tijuquinhas (Biguaçu) e Canasvieiras; Biguaçu (mais ao centro) e o bairro Santo Antônio de Lisboa; São José e a região central de Florianópolis; Palhoça e o bairro Tapera; e a Beira Mar de São José com a Beira Mar Norte da Capital (onde será construída uma marina).
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A informação foi divulgada nesta sexta-feira (30) pela Secretaria de Comunicação do Estado. A análise prévia da viabilidade econômica, ambiental e técnica das rotas é fundamental para se chegar na melhor proposta, destaca o secretário de Infraestrutura, Thiago Vieira:
– O transporte hidroviário é uma prioridade para a Secretaria de Infraestrutura. Por isso rescindimos um contrato que estava de forma irregular na Secretaria, procuramos consultores experientes e fizemos um termo de cooperação técnica com o BID para fazer uma análise do transporte nessa conexão entre a Ilha de Santa Catarina e o continente. Estamos fazendo análise de engenharia de transporte de cinco rotas.
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Além do estudo para definição de rotas, há análises sobre transporte elétrico, sistema de barcas e ferry boat, a instalação de terminais integrados, com estacionamento para veículos e bicicletário, entre outras opções. Otimista, Thiago Vieira afirma:
– Florianópolis deixará de estar de costas para o mar.
Longa novela
Vários projetos já trataram da implantação do transporte marítimo entre Ilha e Continente. Em 2014, reportagem do Diário Catarinense mostrava que um estudo iniciado em 2010 estava emperrado, num emaranhado de licenças ambientais e de uso de áreas costeiras.
Na mais recente iniciativa, o Departamento de Transportes e Terminais (Deter) chegou a anunciar a operação regular de dois catamarãs a partir de dezembro de 2018, depois adiada para fevereiro de 2019, o que não se confirmou.
A rota ligaria o trapiche da Ponta de Baixo, em São Jose, ao Centro de Florianópolis, perto da passarela Nego Quirido. A operação seria feita pela BB Construções de Barcos. Cada uma das duas embarcações que seriam usadas teria espaço para 198 pessoas. Até o preço da passagem chegou a ser anunciado: R$ 9.
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A notícia logo gerou críticas. A prefeita de São José, Adeliana Dal Pont, considerou inviável o embarque e desembarque na Ponta de Baixo e defendeu a Avenida Beira-Mar da cidade, onde há mais movimento e lugar para estacionar. Além disso, se disse surpresa por não ter sido consultada.
Outros pontos criticados foram o preço da tarifa e a falta de integração com outros modais, como ônibus, o que tornaria a travessia cara para o usuário contumaz – por exemplo, quem se desloca diariamente de ônibus até a Ilha para trabalhar ou estudar. Na época, porém, o atraso na implantação foi atribuído, mais uma vez, à falta de licenças.
Um ano antes, na manhã de 12 de março de 2018, uma viagem experimental mostrou como seria a travessia entre Ilha e continente. Às 9h37 partiu do Iate Clube Veleiros da Ilha, na Capital, um catamarã com capacidade para 180 passageiros em direção à Ponta de Baixo, em São José.
Mesmo com as condições adversas em parte do trajeto, com chuva, ondas e vento Sul, o catamarã manteve a estabilidade e o conforto dos passageiros. O percurso levou menos de 15 minutos. Já a implantação efetiva do transporte marítimo, dois anos e sete meses depois, ainda não passa de um projeto.
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